Ocorrida no ano passado, a fusão de Casai e Nomah foi anunciada com certa pompa no mercado. Na ocasião, o comunicado divulgado na imprensa falava na criação da maior plataforma de short-term rentals da América Latina, com mais de 3 mil unidades sob gestão. De agosto para cá, o inverno chegou no mundo das startups e, esta semana, a empresa criada a partir da união das duas proptechs confirmou o fim das operações no Brasil. A informação é da jornalista Isabela Fleischmann, da Bloomberg Linea.

Na época do anúncio, o Hotelier News publicou reportagem citando que, como dizem os melhores advogados, toda e qualquer história tem sempre três versões: a da defesa, a da acusação e, claro, a verdadeira. A ideia era mostrar que, às vezes, as coisas não são realmente como tentam te convencer. A partir da conversa com diferentes players do setor, relatamos que as duas proptechs estavam em dificuldades e que, fontes próximas ao negócio, falavam até em “um bote salva-vidas para as duas empresas” com a fusão.

Pelo que apurou a Bloomberg Linea, nem o aporte recebido na época da fusão e tampouco os recursos obtidos com celebridades como Daddy Yankee salvaram as operações no Brasil. O início do desmonte teria começado em dezembro, com uma série de demissões. Ainda no mês passado, Nico Barawid deixou o país. O fundador do Casai voltou ao México para se dedicar ao mercado local, que passa a ser o único foco da propetch.

A empresa, aliás, sai de cena com dívidas com proprietários e fornecedores. Em nota, a proptech disse que “90% dos contratos com proprietários imobiliários estão com pagamentos em dia e que o restante será pago até o fim do mês de janeiro”. A startup informou ainda que está dando o mesmo prazo para quitar as pendências com fornecedores.

Migração

Com o fim da operação, a startup criada pela fusão de Casai e Nomah sugeriu aos proprietários que levassem seus imóveis para concorrentes como Charlie, investida pela Cyrela, e Tabas, comprada recentemente pela Blueground.

“As empresas fizeram uma comunicação oficial para os proprietários, em que a Charlie apresentou possibilidade de administrar os ativos nas mesmas condições. A aceitação dos proprietários tem sido ótima e estamos felizes com a decisão; é uma forma importante de deixar o que foi construído pela empresa vivo”, disse a Casai/Nomah na nota enviada ao Bloomberg Linea.

“Com o fim das operações no Brasil, a Casai/Nomah procurou a Charlie para oferecer uma alternativa de continuidade aos investidores e passaram a nos indicar como uma solução para a gestão da locação”, acrescentou Allan Sztokfisz, CEO e co-fundador da Charlie, em nota à Bloomberg Linea. “Nossa expectativa é contribuir com uma boa e rentável operação”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Rogério Pallata/Casai/Nomah