Já faz algum tempo que o mercado vem falando sobre um inverno que pairou sobre as startups. E o esfriamento dos investimentos nas empresas chegou também ao segmento de short-term rental. O setor, que encheu os olhos de investidores nos últimos anos, parece estar perdendo espaço, mas sem deixar sua resiliência em comparação com outras categorias da indústria de viagens.

Segundo uma análise do Travel Startups — banco de dados da Phocuswright — revela que, ao comparar 2022 até o terceiro trimestre de 2023 com os últimos 10 anos, o short-term rental foi uma das verticais mais fortes em ambos os períodos.

Dito isto, embora normalmente ocorram várias rodadas de financiamento de mais de US$ 100 milhões no short-term rental em um determinado ano, 2023 apresentou apenas uma, quando a empresa de administração de propriedades Hostmaker levantou US$ 175 milhões em private equity em maio.

De acordo com o relatório, a incerteza econômica é cada vez mais motivo de cautela por parte dos investidores. Ao mesmo tempo, 2023 foi mais um ano recorde para o Airbnb, que alcançou receita anual de US$ 9,9 bilhões. Os resultados da plataforma apontam para uma procura persistente por aluguéis de curto prazo, o que mostra o segmento como um produto emergente e espaço para crescimento.

STR - grafico

Mercado brasileiro

No Brasil, o short-term rental perdeu importantes players em 2023. Após uma fusão que prometia a criação da maior plataforma de short-term rental da América Latina, Casai e Nomah deixaram o mercado. Na época do anúncio, fontes afirmaram que a união de forças era um bote salva-vidas para as duas empresas.

É fato que os players receberam aportes no período da fusão, como recursos obtidos por celebridades como Daddy Yankee. Todavia, os investimentos não foram suficientes para manter as operações no Brasil.

Em 2022, a Blueground adquiriu a Tabas, proptech brasileira, em transação que não teve seu valor divulgado. Antes da compra, a plataforma sediada em Nova York havia participado de uma rodada de investimentos de US$ 14 milhões na startup paulista.

(*) Crédito da capa: Freepik