Não é sempre que se fica sabendo de uma notícia dessa e, no dia seguinte, tem a chance de entrevistar uma executiva de uma das empresas envolvidas na transação. Pois foi exatamente essa a oportunidade que a reportagem do Hotelier News teve na semana passada, quando conversou com Frances Gonzalez, vice-presidente de Operações do Radisson Hotel Group Americas para América Latina e Caribe. Ficou sem entender? Então, leia o parágrafo abaixo.

No Brasil para acompanhar os preparativos finais para a inauguração do hotel mais novo da marca Radisson no mundo, Frances foi logo avisando que não poderia comentar o possível M&A (Merge & Acquisition) entre Choice Hotels e Wyndham Hotels & Resorts. No entanto, não se furtou de opinar sobre outro recente (e importante) negócio na indústria hoteleira mundial – e que também envolveu a Choice.

“O que posso falar com toda certeza é que o negócio entre Choice e Radisson Hotels Group Americas fez todo sentido, com muita sinergia entre os portfólios de marcas, que se complementam”, comentou, em referência à transação concluída há praticamente um ano. “Hoje, temos 64 hotéis Radisson na América Latina e apetite para seguir expandindo, e é muito bom ter a Atlantica para nos ajudar no Brasil. Já são 24 anos de parceria”, complementou.

Expansão

Presente à primeira abertura da marca Radisson por aqui (o atual Radisson Blu Faria Lima, na capital paulista), em dezembro de 2001, a executiva conta que, para continuar expandindo no Brasil, a empresa olha tanto para a hotelaria tradicional, como para outras oportunidades. Aberto oficialmente hoje (1), em São Paulo, o Radisson Pinheiros é um bom exemplo desse caminho, digamos assim, mais clássico. “O produto está incrível, nos mais altos padrões de marca que buscamos. Sem contar a ótima localização, em um complexo mixed use muito bonito.”

A outra frente mais palpável, além da hotelaria tradicional, são os residenciais com serviço, segmento no qual a Atlantica vem apostando e crescendo muito. Bom exemplo desse esforço é a parceria fechada recentemente com a incorporadora Moura Dubeaux. A união de forças entre as duas empresas, por exemplo, representa um potencial de aproximadamente 10 mil novos residenciais (studios/flats) com serviços para o portfólio da operadora paulista – e podendo usar uma marca da Radisson.

“Somos bastante flexíveis e, sim, podemos usar nossas marcas para residenciais com serviços. Já temos, inclusive, conversas neste sentido”, revela Frances, destacando que a rede usa as bandeiras Radisson, Radisson RED e Park Inn para este tipo de projeto no exterior. “O importante é ter um bom parceiro para operar empreendimentos com nossas marcas, e a Atlantica é nosso representante no Brasil”, dando a entender que segue as oportunidades indicadas pelo parceiro.

E, bem, se a hotelaria tradicional está com um desenvolvimento mais devagar… Já dá para visualizar algumas possibilidades de expansão para o Radisson Hotel Group Americas no Brasil.

(*) Crédito da capa: Vinicius Medeiros/Hotelier News

(**) Crédito da foto: Divulgação/Atlantica Hospitality International