Após a renúncia do antigo CEO e uma nova emissão no mercado de capitais, o impacto da chegada de uma nova liderança ainda não fez o efeito na CVC Corp, muito embora ainda seja cedo para avaliar a nova gestão. Ontem (8), a maior operadora do país reportou os resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, fechando o período com prejuízo líquido de R$ 167 milhões, alta de 76,1% ano contra ano. Já o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 14,9 milhões, melhora de 4% na mesma base de comparação.

A receita líquida somou R$ 269,4 milhões no segundo trimestre, leve recuo de 0,1% frente igual etapa de 2022. As reservas confirmadas, por sua vez, totalizaram R$ 3,824 bilhões, alta de 2% na mesma base de comparação, um resultado abaixo do esperado, na avaliação de veículos especializados. No Brasil, esse indicador caiu 4%, puxada pelo negócio de B2B (viagens corporativas). O avanço de 19,9% na Argentina compensou o desempenho doméstico mais fraco.

Enquanto isso, o Take Rate (percentual de receita líquida sobre reservas) ficou em 7,5%, baixa anual de 0,1 ponto percentual (p.p.). Já o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 116,5 milhões no segundo trimestre de 2023, elevação de 191,7% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

Mirando redução de custos, a empresa viu as despesas gerais e administrativas caírem 13% no período, somando a cifra de R$ 269,4 milhões. Ao fim de 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia totalizava R$ 245,7 milhões, redução de R$ 370,6 milhões na comparação com a mesma etapa de 2022.

Análise

Seja como for, o prejuízo maior da CVC em relação do segundo trimestre do ano passado é fruto do avanço das despesas financeiras. Com a taxa básica de juros em dois dígitos, o custo do endividamento da companhia aumentou e, com isso, as despesas com o pagamento de juros e outros encargos avançaram 191,7% na comparação anual.

Em comunicado ao mercado, a empresa agora liderada por Fabio Godinho explica que o aumento do prejuízo se deve “majoritariamente (i) a provisão de juros de renegociação das debêntures (prêmio PIK) e (ii) juros de antecipação de recebíveis”. Vale destacar que, no primeiro trimestre, a CVC registrou perdas líquidas de R$ 128 milhões, quando houve recuo de 23,3% na comparação anual.

Já o resultado financeiro líquido negativo se deve, principalmente, “aos encargos sobre as antecipações de recebíveis, fruto dos efeitos do aumento do CDI médio, maior montante de antecipações realizadas neste trimestre e aumento de R$ 27,2 milhões na rubrica Outras Despesas Financeiras, que se deve, principalmente, ao registro contábil do prêmio PIK – título de capitalização presente na renegociação das debêntures ocorrida em abril”, informa o comunicado da CVC.

(*) Crédito da foto: Divulgação/CVC Corp