O ano de 2023 foi de grandes mudanças para a CVC Corp, com a renúncia do antigo CEO e nova emissão no mercado de capitais. Mas isso não foi suficiente para conter as perdas da empresa, que registrou prejuízo líquido de R$ 456,9 milhões no período, alta de 5,4% no comparativo com 2022, aponta o Suno Notícias. Nos últimos três meses do ano, por outro lado, as perdas reduziram 23%, indo de R$ 96,8 milhões no quarto trimestre de 2022 para R$ 74,5 milhões no mesmo período do ano passado.

A receita líquida, por sua vez, apresentou crescimento de 9,6% no trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 352,2 milhões. Segundo a administração, o resultado da CVC no último trimestre de 2023 se deve ao aumento de vendas diretas ao consumidor e à operação argentina. No ano, a linha do balanço cresceu 5,8% (R$ 1,2 bilhão).

A busca de redução de despesas administrativas também trouxe efeitos sequenciais concretos observados no trimestre, com redução de 28,7% em relação ao mesmo período de 2022. Com relação às despesas operacionais, a companhia viu crescimento de 25% na mesma base comparativa, chegando a R$ 297,9 milhões. O Ebitda Ajustado do quarto trimestre foi de R$ 86,4 milhões, ante R$ 4,2 milhões em relação a 2022.

CVC: outros dados

No quarto trimestre do ano passado, as reservas confirmadas somaram R$ 3,8 bilhões, alta de 9,1% em relação ao ano anterior. No total do ano, a cifra chegou a R$ 15,4 bilhões, crescimento de 10% na mesma base comparativa. O destaque do período vai para o B2C, que obteve 21,2% em crescimento e aumento de rentabilidade, impulsionado principalmente pela abertura de lojas físicas da CVC Viagens, que também reforçaram os números da companhia, de modo geral.

No último trimestre de 2023, foram abertas 42 unidades, sendo que no segundo semestre foram 60 novas lojas, totalizando 80 inauguradas ao longo de 2023. Esse aumento amplia ainda mais a venda de produtos exclusivos nacionais, que atingiram share de 15,6% na CVC e 7% no take rate em relação ao quarto trimestre de 2022. Em relação às vendas nas mesmas lojas, houve alta de 20% na mesma base comparativa, crescimento superior à malha aérea do Brasil e ao mercado de turismo como um todo.

Entre os destaques dos últimos três meses do ano passado, estão também o lucro líquido caixa do período, que atingiu R$ 18,8 milhões, crescimento de R$ 216,4 milhões em relação ao mesmo período de 2022. Focando na rentabilidade das operações, o take rate consolidado aumentou 0,7% em relação a 2022, reflexo da melhora deste indicador em todas as unidades de negócio juntos: B2C, B2B e Argentina.

“Os últimos seis meses de 2023 foram marcados por grandes mudanças que envolveram ajuste da governança, com a volta da Família Paulus como acionistas estratégicos da companhia, combinando tanto o conhecimento do mercado de turismo quanto do mercado de capitas, gestão especialista, resgatando o DNA das marcas da CVC Corp, tecnologia de ponta, produtos exclusivos mais competitivos e rentáveis, formas alternativas ao cartão de crédito para pagamento das viagens e o reforço da jornada phigital, combinando experiências on e offline, que é o foco e o futuro do nosso principal negócio. Somos uma empresa com 51 anos de experiência e continuaremos por mais 50 anos levando modernidade e tradição andando lado a lado”, afirma Fabio Godinho, CEO da CVC.

“Mais de 30% das vendas hoje são captadas online e acabam numa loja física. Estamos onde o cliente quer estar, prestando assistência de ponta a ponta para uma viagem de férias sem preocupação. Estamos chegando no interior do Brasil para somar a tradição da nossa marca origem de viagem e mais lembrada pelo consumidor brasileiro a um amplo plano de expansão por todo o País. Para 2024, vamos aprimorar e modernizar ainda mais o modelo de negócio das empresas da CVC Corp, reiterando nosso compromisso com a rentabilidade dos nossos acionistas, credibilidade com nossos stakeholders e fomento do setor de turismo”, reforça.

(*) Crédito da foto: Divulgação/CVC Corp