Gradualmente, o desenvolvimento hoteleiro volta a acelerar na América Latina, apontam dados do Latin America Hotel Construction Pipeline Trend Report, da LE (Lodging Econometrics). Segundo números da consultoria, ao fim do segundo trimestre, projetos em estágio inicial de planejamento cresceram 17% na comparação anual. Ainda segundo a empresa, o Brasil detinha, ao final do semestre, o segundo maior pipeline da região.

Ao todo, de acordo com os dados da LE, existem 85 projetos em diferentes fases de desenvolvimento no Brasil, totalizando 14,7 mil apartamentos. Entre as cidades latino-americanas, São Paulo aparece com o quarto maior pipeline, somando 12 hotéis (3.012 UHs). Entre os empreendimentos confirmados, muitos deles são “antigos”, como o Westin São Paulo, parceria da Marriott International com a Hotéis Deville. Talvez, o lançamento mais recente seja o Faena São Paulo, anunciado em maio.

Em conversas com executivos do setor, o Hotelier News tem ouvido que, após o início do ciclo de cortes da Selic por parte do Copom (Comitê de Política Monetária), desenvolvedores imobiliários gradualmente voltam a prestar mais atenção em projetos hoteleiros greenfield, mas ainda timidamente. Desde o ano passado, praticamente a totalidade das inaugurações ocorridas no país foram de hotéis planejados antes da pandemia.

Vale destacar que esse cenário não é privilégio brasileiro. Na realidade, em função do ciclo de alta de juros no mundo todo, o pipeline de construção cai globalmente há alguns trimestres consecutivos, à exceção do Oriente Médio.

Protagonismo mexicano

Segundo a LE, a América Latina tem atualmente 552 projetos assinados (88.477 quartos). Destes, 227 (38,6 mil apartamentos) já estão em construção e 158 (25 mil UHs) devem começar as obras em 12 meses, enquanto somando 167 propriedades (24,7 mil apartamentos) estão nas fases iniciais de planejamento.

Pipeline hoteleiro - reaquecimento Latam - Tryp Brasília

Tryp by Wyndham Brasília Nações abriu em abril

Além disso, de acordo com a consultoria norte-americana, 27 projetos (3.796 quartos) começaram a ser construídos no segundo trimestre de 2023, na América Latina. Novos empreendimentos anunciados durante o primeiro semestre aumentaram 25% ano a ano, somando 50 propriedades (7.331 UHs).

Protagonista, o México tem o maior número de projetos na região, totalizando 213 empreendimentos (33,8 mil habitações).

O país colocou ainda duas cidades no top 5 dos maiores pipelines latino-americanos: a Cidade do México, com 23 unidades (2.691 UHs), e a Riviera Maya, com 14 hotéis (1.956 apartamentos).

As marcas hoteleiras com o maior pipeline na América Latina, ao fim do segundo trimestre de 2023, são ibis (48 projetos/6.228 quartos), Hilton Garden Inn (27 unidades/3.465 apartamentos) e Hampton by Hilton (21 empreendimentos/2.522 quartos).

Por fim, no primeiro semestre de 2023, 30 hotéis (5.353 quartos) abriram as portas na América Latina, caso do Tryp by Wyndham Brasília Nações, nova dobradinha da dupla Wyndham Hotels & Resorts e Hotelaria Brasil na capital federal.

Além disso, 59 propriedades (10.344 apartamentos) devem ser inaugurados antes do final do ano na região, informa a LE. A previsão é que, em 2024, outros 105 empreendimentos (15.970 UHs) passem a operar na América Latina, com esse número subindo para 123 (16.957 habitações) no ano seguinte.

(*) Crédito da capa: cegoh/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/Hotelaria Brasil