A CVC Corp protocolou ontem (15) pedido de registro para oferta pública primária de, inicialmente, 83.333.333 ações ordinárias. O follow-on, que havia sido fechado pela empresa com credores no acordo de reperfilamento de dívida, poderia permitir à companhia levantar de R$ 341,7 milhões a R$ 683,4 milhões, a depender da demanda e considerando o preço de fechamento dos papéis na quarta-feira (14), informa o Infomoney.

Essa variação de volume financeiro se deve ao fato da oferta prever que serão entregues como vantagem adicional, inicialmente, 41.666.666 bônus de subscrição. Ou seja, para cada duas ações subcritas na oferta, o investidor receberá um bônus. O exercício desse mecanismo pode colocar entre R$ 154 milhões e R$ 307 milhões adicionais no caixa da companhia, de acordo com cálculos do JP Morgan com base nas cotações atuais.

Guilherme Paulus, por meio de seu fundo de investimento, comprometeu-se a investir R$ 75 milhões na empresa por meio da subscrição de ações na oferta. Esse compromisso, contudo, só vale se o preço por ação ficar em, no máximo, R$ 3,00. Nessa hipótese, a oferta da operadora de turismo pode girar entre R$ 250 milhões e R$ 500 milhões.

Vale destacar que parte do destino desse dinheiro que entrará na empresa está carimbado – e tem destino certo. A CVC vai usar R$ 75 milhões para recomprar parte da dívida em debêntures emitidos no mercado, como ficou definido no acordo de reperfilamento da dívida da empresa. O restante vai reforçar o capital de giro e melhorar a estrutura de capital da companhia.

A fixação de preço do follow-on ocorrerá na próxima quinta-feira (22). Os coordenares da oferta de ações são instituições financeiras líderes de mercado: Citi e Itaú BBA.

Fim dos problemas? 

A CVC espera, com a nova oferta de ações, dar início a um ciclo de recuperação após uma série de notícias ruins nos últimos meses. Após o balanço do quarto trimestre apontar mais um prejuízo, a empresa viu o antigo CEO Leonel Andrade renunciar ao cargo.

Pouco antes, Marcelo Kopel havia deixado a função de CFO da operadora, sendo substituído por Carlos Wollenweber, que também acumula o cargo de diretor de Relações com Investidores. Toda essa movimentação ocorreu após a empresa anunciar, em março, acordo para alongamento da dívida.

(*) Crédito da capa: CVC Corp/Divulgação