Ainda que 2022 tenha sido pautado por preços elevados nas passagens aéreas, o setor tem muito o que comemorar. Mesmo com os valores afetando a demanda, o volume de passageiros circulando pelos aeroportos brasileiros subiu no ano passado, totalizando a movimentação de 82,2 milhões de pessoas, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

O número é o melhor registrado desde 2020 — ainda no início da pandemia — e representa alta de 31,4% frente a 2021. Os resultados de 2022 demonstram força na recuperação do segmento, que deve ganhar novas configurações a partir da redução do preço das passagens. E a notícia não beneficia apenas as companhias aéreas, mas também toda a cadeia produtiva do turismo, incluindo a hotelaria, que depende da movimentação desses passageiros para ganhar musculatura em seus caixas.

Empossada no dia 2 de janeiro, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, afirmou que trabalhará para que este número seja ainda maior em 2023. “Desde o início da minha gestão, tenho me empenhado em buscar solucionar o alto preço das passagens aéreas para fazer com que mais brasileiros voem pelo Brasil e, consequentemente, aproveitem os nossos incríveis destinos turísticos”.

No comparativo com 2019, o volume total de passageiros atingiu 86,5% da demanda, quando mais de 95 milhões de pessoas voaram pelo país. Apenas em dezembro, a Anac contabilizou a movimentação de quase 7,7 milhões de passageiros. O índice foi o melhor do ano, ultrapassando o mês de julho, que havia registrado 7,65 milhões de passageiros. Impulsionado pelas férias de verão, o setor viu sua malha crescer, com oferta 17,2% superior ao registrado no mesmo período em 2019, de acordo com a CCR Aeroportos.

Já nos destinos internacionais, o fluxo em 2022 ficou em 15,6 milhões de passageiros pagos (que efetivamente compraram o bilhete aéreo), um salto de 226% em relação ao ano anterior.

Destinos e aeroportos

Somente no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, cerca de 34,4 milhões de passageiros passaram pelo terminal. Em Brasília, o fluxo foi de 13,4 milhões, colocando o aeroporto como o terceiro mais movimentado do país.

Outros terminais, como o Santos Dumont, no Rio de Janeiro; o de Maceió (AL); e o de Recife (PE); superaram os índices pré-pandemia, com destaque para o aeroporto carioca e o alagoano, que registraram alta de 11,8% e 8,13%, respectivamente, na movimentação do último ano. Analisar o parâmetro de diferentes praças é importante, uma vez que muitos destinos, principalmente no Norte e Nordeste do país, dependem do aéreo para girar suas economias.

Estimativas da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) apontam um crescimento de 12,6% no número de novos voos para a temporada de verão. Ao todo, o país deve contar com 163,3 mil voos a mais para o período. Entre as regiões que mais devem recebê-los estão o Sudeste, com 83,8 mil, o Nordeste, com 29,1 mil e o Centro-Oeste, com 22,6 mil.

(*) Crédito da foto: Nayara Matteis/Hotelier News