Flexibilidade é a palavra da vez quando se fala em turismo. Ainda que muitas mudanças tenham sido catalisadas pelo Covid-19, vale lembrar que cada praça se comporta de maneira única e individual. De acordo com dados do último relatório de pesquisa de viagens desenvolvido pela Phocuswright, sete em cada 10 viajantes priorizam reservas flexíveis mais do que nunca.

O estudo US Traveller Behavior: Must-Haves for Moving Forward, feito com análises de dados de turistas dos EUA e Canadá, reforça tendências já apontadas por outras empresas, como é o caso da pesquisa realizada pelo SiteMinder, em que 52% dos entrevistados afirmam que estão mais exigentes quanto a flexibilidade, custo-benefício e segurança para tomar suas decisões de reservas.

O movimento ganhou força na pandemia devido às altas demandas por remarcações e restrições de viagens e devem despontar como uma das tendências de comportamento a serem mantidas a longo prazo.

Comprar viagens com políticas de cancelamento, remarcação ou reembolso tolerantes é considerado mais importante agora do que nos dias pré-Covid-19. O fator, em alguns casos, torna-se ainda mais relevante do que os preços.

Phocuswright: taxas e valores

Desses 70%, apenas três em cada dez estão dispostos a pagar uma taxa extra pela vantagem da flexibilidade. A maioria dos viajantes espera que os provedores continuem com as políticas de reserva revisadas que foram implementadas durante o auge da pandemia e as estabeleçam como um padrão contínuo.

Os viajantes indicaram a disposição de usar um determinado cartão de crédito de parceria ou de marca para aproveitar as ofertas flexíveis, o que seria um incentivo para a inscrição de novos membros em clubes de fidelidade.
Ainda que os dados reflitam o cenário do turismo em países da América do Norte, vale lembrar que o consumidor brasileiro é sensível a preços. Por aqui, no auge da pandemia, o número de remarcações foi significativamente superior ao de cancelamentos, conforme informado em uma matéria veiculada na última segunda-feira (11). Por outro lado, o país vive um momento de inflação elevada, o que aumentou os valores de alimentos básicos no dia a dia da população, bem como as contas de água e energia elétrica, por exemplo.

Fica o recado para o trade hoteleiro, diretamente impactado por tais transformações: as diárias podem até subir, mas as políticas de flexibilidade ditarão o sucesso das vendas, já que o consumidor busca poder alterar as reservas como desejarem e sem custos adicionais. E, se esse comportamento será mantido, apenas o tempo dirá.

(*) Crédito da foto: reprodução/Phocuswire