Depois do resultado recorde do ano passado, o Palácio Tangará vê mais espaço para crescimento em 2023. Projetando um ano “limpo e sem sobressaltos”, como a variante Ômicron proporcionou no início de 2022, atrasando a retomada dos eventos em São Paulo, Celso Valle acredita que pode expandir a receita em dois dígitos.

Palácio Tangará - Celso Valle

Valle orçou a receita 12% acima do ano passado

Segundo o diretor geral do empreendimento, uma combinação entre alta na diária média e na ocupação, associada a uma agenda de eventos ainda mais cheia do que 2022, deve gerar mais um ano de faturamento recorde na propriedade de luxo paulista. “Estamos otimistas, mas realistas. Ainda há uma pressão de custos para se administrar”, pondera o executivo.

Valle lembra ainda que mais dois hotéis de luxo serão inaugurados na cidade, elevando a concorrência. “Além das aberturas do W São Paulo e do Fasano Itaim, há ainda a consolidação do Rosewood. No entanto, temos uma vantagem que é a boa ocupação nos dias de semana com corporativo e a presença de paulistas no hotel nos finais de semana, que é um legado da pandemia”, comenta.

Diante disso, o orçamento do Palácio Tangará prevê ocupação média anual de 57%, três pontos percentuais acima de 2021. Já a alta na diária média estimada é de 8%. “Orçamos crescimento de 12% na receita frente a 2022. O que vai orientar esse objetivo é a performance do nosso mix de produtos. Nos eventos, por exemplo, há um horizonte otimista: já tínhamos 85 agendamentos antes do final de 2022, contra 60 na mesma época do ano em 2021”, revela.

Corporativo e custos

No corporativo, Valle também está orçando também aumento nos pernoites de grupos, acrescentando que as negociações com empresas e agências corporativas estão em um bom estágio. “No geral, estão muito compreensivos nas negociações. Importante ressaltar que já demos um bom salto na tarifa corporativa de 2019 para 2022. Agora, estamos trabalhando para pelo menos corrigir inflação”, diz o executivo, em entrevista exclusiva ao Hotelier News.

Falando em inflação, o diretor sabe que, a despeito do otimismo no lado da receita, a pressão de custos continuará ao longo de 2023. “Entre outras ações, a busca pelo aumento da nossa rentabilidade vai se dar nas renegociações com fornecedores, tudo isso sem impactar minha entrega ao consumidor. Isso é inegociável”, comenta o executivo.

“Em paralelo, vamos buscar também alternativas para rentabilizar nossas demais linhas de negócios. Olhar atento aos custos é um trabalho que não pode nunca cessar em um hotel. Certo é que o hoteleiro precisa entender que não pode se balizar no IPCA”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Palácio Tangará