Estava-se por volta do meio do ano de 2020 e Celso Valle se perguntava como poderia incrementar os resultados do Palácio Tangará para a tão esperada reabertura de 17 de setembro, após o período mais crítico de restrições gerado pela Covid-19. A resposta encontrada não foi única, mas é certo que ela começou na gastronomia e, a partir dali, o seis estrelas paulistano só viu uma curva à frente – a que sobe. Embora saiba que 2024 será desafiador, o diretor geral deve sempre olhar para trás e relembrar com satisfação do terceiro ano seguido com recorde de receita.

Sim, o bom momento continuou em 2023, com o faturamento do Palácio Tangará crescendo 33% frente ao ano anterior, revela Valle. “Em relação ao orçamento, a alta foi de 26,8%, com uma rentabilidade 28% superior na comparação ano a ano”, diz o executivo, que explica o contexto que proporcionou o resultado acima do esperado.

“Na confecção do budget, prevíamos crescimento em cima dos Grupos, que têm diária média menor. O segmento foi bem, com 700 room nights acima do orçado, mas o individual, com suas tarifas mais altas, surpreendeu-nos bastante com o volume ao longo do ano. Em paralelo, a área de Eventos também teve excelente performance e, por isso, podemos dizer que os dois juntos puxaram para cima nossos resultados de 2023”, completa.

Mesmo com o março histórico em São Paulo, marcado pelos shows do Coldplay, Valle conta que o segundo semestre foi algo fora da curva para o Palácio Tangará, com muitos eventos impulsionado a demanda do hotel. “Apesar de março ter sido excelente, abril e maio foram ruins, até porque não houve grandes eventos e os grupos ficaram aquém do esperado. No segundo semestre, contudo, batemos recorde de receita mês a mês”, relembra.

Alguns números

• Ocupação: +8% frente a 2022
• Diária média: +19,2% frente a 2022
• Vendas diretas no site: +68% frente a 2022
• Diária média de grupos: 35,2% acima do orçado
• Individual: R$ 8 milhões acima do orçado
• A&B: R$ 5 milhões acima do orçado

Valle destaca que, embora novembro tenha entrado para a história da hotelaria paulistana, a primeira quinzena de dezembro teve um desempenho nunca visto no Palácio Tangará.

Valle construiu orçamento realista em 2024

“Ao todo, vendemos 1170 room nights de grupos em 16 dias, e com diárias altas. Nosso time terminou o período esgotado, com uma ocupação altíssima desde o final de novembro”, relembra o diretor geral do seis estrelas paulistano, que faz uma brincadeira. “Pelo menos deram uma descansada em janeiro, que, como sempre, foi mais devagar.”

Para este ano, Valle classifica o orçamento como realista. Ele sabe que, mesmo tendo a intenção de perseguir este objetivo a cada mês isoladamente, será muito difícil repetir o incremento anual de dois dígitos na diária média. “Projetamos crescimento de 7,5% da receita, com aumento de 5,5% e de 2% na diária média e na ocupação, respectivamente”, revela.

“Nossa aposta estão nos segmentos individual, em menor grau; de Grupos, com correção dos acordos corporativos para elevar a diária média; e de Eventos, principalmente sociais”, afirma Valle, destacando que o hotel só dispõe de 13 sábados livres em seus salões neste momento.

“Já a demanda dos eventos corporativos está menor. Agora, tenho notado um fenômeno interessante: a janela de reserva anda mais curta do que o habitual, então a procura pode surpreender”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Palácio Tangará

(**) Crédito da foto: Arquivo HN