O sorriso da foto acima não é à toa. Ao fim do primeiro semestre, o otimismo para bater as metas orçamentárias de 2023 se transformou em (plena) confiança no Palácio Tangará. Em entrevista exclusiva ao Hotelier News, Celso Valle repassou e deu detalhes do que vem proporcionando os bons resultados do cinco estrelas paulistano este ano, além de projetar os próximos seis meses.

“Em 2023, teremos mais um ano recorde de receita. Ou seja, estamos anualmente levantando a barra em nossos resultados, o que aumenta o desafio para 2024, porque a base comparativa fica elevada”, brinca o diretor geral do Palácio Tangará, inaugurado em 2018 e única propriedade da Oetker Collection na América do Sul.

No cargo desde a implantação, Valle conduziu uma série de mudanças depois da reabertura pós-pandemia que reposicionaram o produto no mercado. “Hoje, nos finais de semana, muitos dos nossos hóspedes são paulistanos, e isso nos traz um componente comercial interessante. Hoje, o lazer individual está com um book window curto, de até cinco dias”, comenta.

“Ou seja, muitas vezes o hóspede paulistano olha a previsão do tempo e reserva para o final de semana. Interessante notar também que a média etária da clientela baixou um pouco, ficando hoje entre 35 e 50 anos”, informa Valle. “Ganhamos muitos hóspedes habitués e, outro dia, um deles celebrou sua 100ª reserva conosco. Veja bem, não são 100 diárias”, ressaltou.

Números

Se, nos dois últimos anos, a “virada” veio por meio da gastronomia, em 2023 os grandes impulsionadores do resultado são a retomada dos grupos e os eventos . Ele destaca a “estreia” do hotel no mercado de agrobusiness. “Foi um segmento que nunca pensamos em atuar, mas sediamos um leilão equino em maio. Foi uma operação curiosa receber todos os animais aqui e levá-los para nosso ballroom“, revela.

“Não consigo cravar, mas acredito que foi algo inédito para a hotelaria paulistana, pois esses eventos normalmente são em resorts. O sucesso foi tão grande que, em dezembro, sediaremos outro. Desta vez, contudo, será  virtual. O interessante é que se trata de um mercado com um poder financeiro muito grande, o que abre uma oportunidade excelente para o hotel”, acrescenta Valle.

Ainda assim, o executivo destaca a importância vital da gastronomia para o negócio. “Hoje, o A&B representa 50% da receita, contando banquetes. Importante citar que, no ano passado, a contribuição dos grupos no faturamento foi tímida, muito ainda em função dos efeitos da pandemia. Em 2023, além da alta demanda, a diária média dos grupos está acima do orçado.”

Em relação aos números do hotel, ele revela que a ocupação média no primeiro semestre foi de 51%, ficando bem em linha com o orçado. “Em compensação, a diária média fechou 17% acima do orçamento, enquanto o Ebtida foi 18% superior à meta”, revela.

O diretor geral do Palácio Tangará destaca que próximos meses devem ser agitados no cinco estrelas paulistano. A expectativa é fechar o segundo semestre com uma ocupação média de 58%, meta que, se atingida, representaria um resultado dois pontos percentuais acima do orçado. Em paralelo, a confiança em manter a curva ascendente na diária média prossegue.

“Diferentemente do primeiro semestre, estamos tendo uma antecipação maior agora em algumas linhas de receita. Por exemplo: já temos um colchão forte de grupos garantido para os próximos meses, que terão Grande Prêmio de F1 e The Town”, revela Celso Valle à reportagem, acrescentando que, hoje, já vê a diária média para o período 18% acima do orçado.

“Então, é daí para cima. Em setembro, já temos 1 mil diárias de eventos corporativas fechadas. Por isso, estou muito confiante em relação ao segundo semestre”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Hotelier News