Aos 64 anos, Celso Do Valle ocupa uma posição de destaque na hotelaria de luxo paulistana. Diretor geral do Palácio Tangará, o pernambucano criado no Rio de Janeiro é saxofonista nas horas vagas. Além de tocar o instrumento, o executivo também divide seu tempo livre na cozinha e em escapadas para o litoral.

Graduado em Hotelaria, sua formação ainda contempla cursos de Estratégia de Gestão na Cornell University. Sua trajetória no setor começou há 40 anos, no antigo Rio Palace. A partir dali, o profissional começou a trilhar cargos gerenciais.

Em seu currículo, Do Valle ostenta passagens em empreendimentos de alto padrão de renome no mercado, com destaque para os oito anos no Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.

“Também passei pelo estrelado Frade Resort, em Angra dos Reis, nos anos 80, além de ter participado da abertura do Emiliano Hotel, Grande Hotel Campos do Jordão, L’Hotel São Paulo, entre outros”, revela o diretor.

Três perguntas para: Celso Do Valle

Hotelier News: O Palácio Tangará foi um case durante a pandemia, acumulando resultados acima da média do mercado. Quais as principais mudanças de posicionamento foram feitas para alcançar números tão positivos?

Celso Do Valle: Nos adaptarmos às novas demandas de nossos hóspedes e clientes, criamos ações para manter o hotel vivo, com ações de vendas, como vouchers com valores especiais a serem utilizados quando o hotel reabrisse. Abrimos um novo restaurante, totalmente ao ar livre, com vista para o Parque Burle Marx e tiramos o máximo de proveito da nossa área de eventos, que conta com salas extremante espaçosas, bem ventiladas, com luz natura e cercadas pelo verde do parque que possibilitam eventos híbridos, uma nova demanda vinda da pandemia. As novas parcerias foram de extrema importância, como a contratação da consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein, que validou os novos procedimentos relativos à sanitização e limpeza, assim como a nossa certificação pela WeDo Kosher, viabilizando a realização de eventos judaicos, especialmente os sociais, que acontecem às quintas e domingos, predominantemente.

HN: O hotel tem uma meta traçada de crescimento de faturamento para 2022 frente ao ano passado. A expectativa é que essa receita venha principalmente de qual segmento?

CV: Os eventos voltaram a acontecer em um ritmo mais constante, com o fim das restrições e a volta do segmento corporativo. Desde o final de 2021, já não temos mais sábados disponíveis para eventos sociais em 2022. Iniciamos este ano com 123 eventos confirmados para o ano.

HN: Assim como os demais nichos de mercado, o luxo também foi ressignificado com a crise. Para você, o que o luxo representará no pós-pandemia? Quais as transformações mais relevantes do setor?

CV: Mais do que nunca, estabelecer uma relação de confiança com nossos clientes, hóspedes, membros de equipe e mesmo com os proprietários e investidores. A manutenção das relações é extremamente importante para os momentos de crise. Durante a pandemia, a rápida tomada de decisão foi determinante para os resultados tão positivos.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hotelier News