A hotelaria de luxo vai bem, e quase todo leitor do Hotelier News deve saber disso. Do Brasil à França, da Argentina ao Japão, o segmento experimentou desempenhos históricos desde o fim da fase mais aguda da pandemia. Player importante nesse mercado, a LHW (The Leading Hotels of the World) não foi diferente e, só no ano passado, gerou cerca de US$ 1,25 bilhão em vendas aos seus mais de 400 hotéis parceiros em mais de 80 países.

“Tivemos um 2023 histórico. Na verdade, o momento vem bem há mais tempo: já são 36 meses de crescimento de receita consecutivos desde o fim da pandemia”, revela Lauren Alba, vice-presidente de Marketing & Communications da LHW. “Agora, sabemos que a era de crescimento em dois dígitos chegou ao fim, mas seguimos otimistas com o mercado de luxo”, complementa a executiva, acrescentando que a empresa estima alta de 8% na receita em 2024.

Três perguntas para - Lauren Alba - LHW

Lauren esteve há algumas semanas em São Paulo

Parte do otimismo está ligado com a abertura plena da região Ásia-Pacífico, onde o volume de viagens internacionais vem aumentando desde que a China deu fim definitivo às restrições ligadas à Covid-19. Ainda assim, Lauren vê o Brasil como um mercado estratégico e revela que, neste início de ano, os resultados seguem positivos.

Segundo a executiva, a receita dos viajantes brasileiros aumentou quase 10% no acumulado deste ano frente igual período de 2023. “Destaco a alta demanda por viagens de longa distância”, revela Lauren. “Embora os destinos da Europa continuem relevantes para o Brasil, também podemos ver uma demanda crescente pelos países latino-americanos, com destaque para o Chile. Tanto a receita, quanto a quantidade de reservas, subiram mais de 600%”, completa.

E, para continuar crescendo no Brasil e na América do Sul, a LHW seguirá fazendo a estratégia usual: acrescentar mais hotéis para a base de associados. “É isso que nos traz mais membros para o Leaders Club”, revela Lauren, em referência ao programa de fidelidade para hóspedes da empresa. Hoje, a Leading conta com um portfólio de 28 propriedades independentes na região, sendo duas no mercado brasileiro (Tivoli Mofarrej e Ponta dos Ganchos). “Temos um time de desenvolvimento dedicado à América do Sul para incrementar esse inventário.”

Agenda estratégica

Como a executiva deixou claro em sua recente entrevista à sessão Três perguntas para, a agenda ESG é um tema estratégico para a LHW. Isso porque, além da óbvia missão de espalhar boas práticas ambientais, de governaça e social entre seus parceiros, a empresa entende que os clientes da Leading dão grande valor à questão.

“Fizemos uma pesquisa recente que apontou que 50% dos viajantes da The Leading Hotels of the World consideram a sustentabilidade um importante diferencial ao pesquisar hotéis”, revela Lauren. “Além disso, 20% afirmaram ter reservado um hotel mais caro porque tinha melhores práticas de sustentabilidade”, completa. Ela reconhece, contudo, que uma segmentação de clientes específica dá mais valor à questão: os mais jovens. “Penso que aquela persona clássica entre os nossos clientes, que são os pais e avôs de hoje, dão menos atenção a isso”, comenta.

Agora, como a empresa auxilia os hotéis associados nessa jornada de transformação dentro dessa agenda? Lauren conta que, no ano passado, a LHW criou o programa Sustainability Leaders, que é voltado para proprietários e gerentes gerais. “O objetivo é ajudá-los a navegar neste novo e importante espaço. Então, a pedra angular desse trabalho foi identificar quais padrões deveriam ser priorizados por eles, encontrando essa referência no GSTC (Global Sustainable Tourism Council)”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Hotel Bardo

(**) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News