Em um cenário parecido com suas concorrentes e com o mercado brasileiro, o IHG (InterContinental Hotels Group) encerrou 2022 com o faturamento em contínua recuperação, proporcionada por níveis de RevPar cada vez mais próximos de 2019 globalmente. Ao fim do ano fiscal, a rede britânica registrou receita de US$ 3,89 bilhões, alta de 34% em relação ao ano anterior. Já o lucro operacional chegou a US$ 628 milhões, crescimento de 27% frente a 2021.

Os resultados financeiros de 2022 foram orientados por um incremento contínuo do RevPar global, que ficou acima dos patamares pré-pandemia em todos os meses a partir de julho. No balanço do ano, o indicador subiu 36,6% ante 2021, ficando ainda 8% inferior ao patamar pré-Covid. A diária média, por sua vez, avançou 17,8% e 8% nas mesmas bases de comparação, respectivamente, enquanto a ocupação teve variação positiva de 8,5% em relação ao ano anterior, encerrando 7,4% abaixo de 2019.

Barr: reabertura da China traz otimismo para 2023

“Em 2022, vimos a demanda retornar fortemente na maioria de nossos mercados, empurrando o RevPar do grupo para perto dos níveis de 2019″, disse Keith Barr, CEO do IHG, em call com analistas. “É particularmente gratificante que, na segunda metade do ano, tenhamos superado os níveis de 2019 no RevPar e na lucratividade. Olhando para 2023, embora haja incertezas econômicas, esperamos uma forte demanda por lazer em muitos mercados, juntamente com o retorno dos negócios e viagens em grupo e a reabertura contínua da China”, completou.

Barr disse ainda que, embora a demanda reprimida por viagens seja a causa dos bons números de 2022, as tarifas devem continuar em expansão ao longo de 2023, sobretudo por dois fatores. O primeiro tem relação com os investimentos feitos em tecnologia, que ajudam na precificação e melhoram as margens. O segundo é a retomada com força do mercado chinês, que acelera a recuperação após o fim das restrições de viagens e onde a rede britânica tem presença forte.

“Gastamos mais de US$ 300 milhões nos últimos anos em investimentos tecnológicos”, disse Barr. “Parte disso foi no sistema de reserva de hóspedes, além do novo app e da renovação dos sites de cinco marcas até agora. Também investimos na migração para a nuvem de recursos analíticos de dados. Acabamos de criar também um novo modelo de previsão de demanda para gerenciamento de receita. Por fim, melhoramos a tecnologia do nosso programa de fidelidade. Todas essas peças se juntam”, comentou.

Para completar, a empresa disse que suas negociações de tarifas corporativas para 2023 até agora parecem destinadas a impulsionar novos aumentos na tarifa média diária, à medida que a demanda de grupos, reuniões e eventos se recupera.

Pipeline

Ao fim de 2022, o IHG contava com 6.164 hotéis (912 mil quartos), divididos entre o segmento midscale (68%) e upscale e luxo (32%). Ao todo, a rede britânica abriu 269 propriedades (49,4 mil apartamentos) no ano passado, dos quais 33 unidades (12,4 mil UHs) foram adicionadas por meio do acordo com a Iberostar.

Na contramão, 96 empreendimentos (18,1 mil habitações) saíram da base, incluindo os 28 oriundos do fim das operações na Rússia em função da Guerra da Ucrânia. Com isso, o crescimento líquido do inventário foi de 4,3% frente a 2021, percentual que recua para 2,9% se excluído o contrato com a rede espanhola.

O pipeline global, por sua vez, somava 1.859 hotéis (281 mil quartos) ao fim de 2022, representando 31% do tamanho atual da base de hotéis. Frente a 2021, o número de propriedades sob contrato subiu 3,9%, ficando estável na comparação com 2019, informa a empresa.

Em 2022, o IHG fechou contratos com 467 hotéis (80,3 mil apartamentos), com o mix atual de assinaturas levando o pipeline a ser dividido em 54% no segmento midscale e 46% no upscale e luxo. Já conversões continuaram fundamentais, respondendo por um quarto das contratações e um terço das aberturas em 2022, excluindo Iberostar.

(*) Crédito da capa: Divulgação/InterContinental Hotels Group

(**) Crédito da foto: Chris Ratcliffe/Bloomberg