Quando uma grande rede como a Accor anuncia o lançamento de uma nova marca, a expectativa para sua chegada ao Brasil é inevitável. Apresentada em janeiro deste ano, a Handwritten Collection é a caçula entre as soft brands da gigante francesa, além de uma aposta afirmativa para hoteleiros que procuram por bandeiras flexíveis e longe de rígidas padronizações.

De olho em hotéis independentes de médio porte, a Accor já mira um portfólio de 250 propriedades até 2030. Na visão da rede, a soft brand atende à demanda por viagens personalizadas, que enaltecem experiências locais. Bem, em um mercado com uma vasta oferta de empreendimentos que não estão atrelados a nenhuma marca como o Brasil, o leque de oportunidades é um prato cheio.

Em entrevista à reportagem do Hotelier News, Abel Castro sinaliza o desejo de implementar a Handwritten Collection em terras brasileiras. “Por se tratar de uma marca flexível, podemos chegar a destinos em que nossas hard brands não se encaixam bem. Nosso plano é de iniciar a expansão pelas grandes capitais para, em uma segunda onda, atender cidades do litoral e interior”, revela o CDO (Chief Development Officer).

Ainda que o Brasil esteja no radar da Accor, Castro afirma que a soft brand deve desembarcar primeiro em outros destinos latino-americanos. “Temos conversas mais avançadas no México, Chile e Argentina. No Brasil, estamos estudando possibilidades”.

Para aguçar a curiosidade do setor, o executivo listou alguns possíveis destinos da marca por aqui. “Por levar um conceito adaptável, podemos explorar diferentes praças, tanto em grandes cidades quanto em destinos turísticos. Trancoso, Porto Seguro, Garopaba e Ilhabela são exemplos de destinos que não possuem hotéis da Accor, mas que podem se beneficiar da bandeira”.

Le Saint Gervais, na França, já integra a coleção

Flexível, adaptável e personalizável

Na vertical da soft brands, a Handwritten Collection se posiciona como uma das marcas mais flexíveis da rede francesa. Segundo o CDO, o “padrão é não ter padrão”. Castro salienta que, quanto mais distintas as propriedades, melhor. “Queremos colocar a personalidade dos hoteleiros nos empreendimentos, destacando suas particularidades”.

Para expandir a coleção de hotéis, a Accor procura propriedades posicionadas na categoria upper midscale, que atendam aos padrões de segurança da rede. “De resto, não determinamos padronizações de cores, acomodações, áreas comuns, etc. O proprietário pode manter o nome original do empreendimento, adotando apenas a chancela by Handwritten Collection”, destaca Castro.

Como um dos diferenciais da marca, a Accor também busca levar experiências que reflitam as paixões dos proprietários. “Se o hoteleiro é um amante de café, por exemplo, podemos desenvolver uma experiência da bebida. Queremos construir essa relação da marca com particularidades e desejos do proprietário”.

As primeiras unidades da Handwritten Collection foram assinadas na Europa e Austrália e, atualmente, a Accor possui cerca de 150 negociações em curso no mundo todo.

(*) Crédito da capa: Nayara Matteis/Hotelier News