Gravemente impactado pela pandemia de Covid-19, o setor de eventos tem apresentado boa recuperação nos últimos anos, em especial com a atuação do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Para contabilizar essa evolução, a Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos) divulgou ontem (21), em Brasília, um estudo inédito demonstrando a retomada e a contribuição do segmento para a economia do país, exercendo papel importante nas atividades turísticas. 

Para os que não conhecem, o Perse nasceu da Lei 14.148/2021, que dispõe sobre ações emergenciais e temporárias destinadas ao setor de eventos para compensar os efeitos decorrentes das medidas de combate à pandemia. Completando um ano de existência, o programa foi resultado da mobilização do setor e do engajamento de parlamentares, visto que o segmento é um dos que têm maior potencial de movimentar e recuperar a economia do país por meio da geração de emprego e renda.

Para compreender a eficiência da iniciativa, a Fundação Dom Cabral realizou o estudo Os impactos da pandemia no setor de turismo e eventos e os efeitos do Perse na sua recuperação. De acordo com o documento, as  renegociações de dívidas tributárias e não tributárias com a União, viabilizadas pelo programa, teriam ultrapassado a cifra de R$ 18 bilhões.

“O nosso objetivo com o estudo é mostrar que todo o esforço do setor – com o apoio da Câmara Federal e Senado, de aprovar um programa que protegesse o setor mais impactado pela pandemia – deu resultados positivos nos âmbitos fiscal, econômico e trabalhista”, afirmou Doreni Caramori Júnior, presidente da ABRAPE.

A pesquisa foi divulgada durante o encontro que faz parte do movimento “Vamos com Eventos e Turismo”, que também inclui a Resorts Brasil, a Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil) e o Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas). Na ocasião, também estavam presentes Daniela Carneiro, ministra do Turismo; Margareth Menezes, ministra da Cultura; Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos; Marcelo Freixo, presidente da Embratur, além de parlamentares, autoridades e representantes do trade turístico. 

Contribuição à economia

Não há dúvidas que o setor de turismo foi um dos principais responsáveis pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2022. Afinal, o grupo de transporte, armazenagem e correio – que contém atividades ligadas ao turismo – avançou 8,4% no ano e o “outras atividades de serviços”, que inclui bares e restaurantes, apresentou alta de 11,1%. Fora isso, a Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) aponta que o faturamento do setor de viagens corporativas atingiu R$ 982,2 milhões apenas em janeiro. É o melhor resultado em cinco anos e representa incremento de 17% frente a janeiro de 2019 (R$ 835 milhões).

(*) Crédito da capa: Roberto Castro/MTur