Um dos leilões de concessão de aeroportos mais esperados terminou hoje (18) sem grandes surpresas. Como já havia sido sinalizado, o Grupo Aena, único interessado pelo bloco do Aeroporto de Congonhas, levou o pregão com uma oferta de R$ 2,45 bilhões — com ágio de 231%, segundo informações da Folha de São Paulo.

A outorga mínima para o bloco era de R$ 740,1 milhões e, apesar do valor robusto desembolsado pela empresa espanhola, o leilão ficou muito aquém do esperado, uma vez que Congonhas era considerado a joia da coroa da sétima rodada de concessões aeroportuárias.

Além do terminal de São Paulo, o Grupo Aena ainda levou a concessão de outros aeroportos, como: Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Carlos (MG), concedidos à iniciativa privada pelo período de 30 anos.

O bloco atraiu o interesse do grupo espanhol Aena, que já atua em seis aeroportos na região Nordeste, com investimento nesses terminais estimado em R$ 1,4 bilhão.

O declínio do Grupo CCR, após o fim do prazo de envio dos lances iniciais, na última segunda-feira, frustrou as expectativas do governo, que tinha a empresa como favorita para levar a concessão.

Blocos complementares

O leilão desta quinta-feira foi a terceira rodada de concessões em blocos, que contemplam seis estados brasileiros: Amapá, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

Juntos, os três blocos representam cerca de 16% do total do volume de passageiros do país, um patamar equivalente a mais de 30 milhões de passageiros por ano, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de 2019, ainda antes da pandemia.

A estratégia do governo na estruturação dos grupos era de unir aeroportos cobiçados com terminais menores e deficitários. O mais movimentado do país, Congonhas era considerado o maior atrativo para investidores que planejam atuar no setor aéreo.

O Grupo Aena opera o aeroporto de Madri-Barajas, na Espanha, um dos mais importantes da Europa. No Brasil, a empresa faz a gestão dos terminais de Recife e Maceió. A primeira rodada de investimentos no bloco leiloado hoje tem prazo de 60 meses, direcionados para adequações nas estruturas dos empreendimentos, como melhorias na capacidade de atendimento aos passageiros e processamento de bagagens.

Já o segundo bloco, denominado “Aviação Geral”, contempla operações que não são de voos regulares — sobretudo de helicópteros e aviões particulares e de pequeno porte. Neste conjunto estão o Campo de Marte (SP) e o aeroporto de Jacarepaguá (RJ).

(*) Crédito da foto: Bruno Santos/Folhapress