Terminou ontem (15) o prazo para entrega dos envelopes para o leilão de Congonhas e demais aeroportos da sétima rodada de concessão, previsto para ocorrer no dia 18 deste mês, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O Grupo CCR, que era tido como um dos favoritos na disputa pelo terminal paulista, optou por não participar, segundo O Globo.

O atual modelo da concessão de Congonhas tem sido amplamente criticado por potenciais investidores e operadores. O terminal mais rentável do país está sendo leiloado junto com outros dez aeroportos deficitários, entre eles os terminais mineiros, que seriam concessionados junto com o Santos Dumont que, por forte oposição do governo estadual e prefeitura do Rio, ficou fora da licitação.

O Grupo CCR detém a gestão do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e arrematou seis terminais da região central do Brasil no ano passado. Além disso, a empresa também tem concessões em outros setores de infraestrutura, como o de rodovias.

Recentemente, a Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral) entrou com pedido de liminar para tentar impedir a realização do leilão, mas a solicitação foi negada. A entidade entrou com agravo pedindo a reconsideração da decisão, mas ainda não houve resposta.

A associação argumenta que a modelagem reduz a rentabilidade, impactando diretamente os usuários do aeroporto, entre eles a aviação executiva. O entendimento é de que, com pressão de custos, o concessionário poderá deixar de fora os aviões de pequeno porte.

Momento é desafiador

Ronei Glanzmann, secretário nacional de Aviação Civil, tem afirmado que o momento para realização do leilão é desafiador, devido ao contexto macroeconômico e geopolítico internacional. Ainda assim, as expectativas seguem positivas.

“Estamos saindo de uma das maiores crises da aviação civil por causa da pandemia. Entramos em crise com relação à Guerra da Ucrânia, preço do petróleo, combustível, situação geopolítica internacional complicada”, pontua ao O Globo.

“A macroeconomia global, também em momento delicado com risco de recessão global, inflação alta, juros altos no mundo inteiro. O momento é desafiador para um leilão desse porte e dessa natureza”, completa.

O secretário reforça que o governo está confiante na qualidade dos ativos e na maturidade que o processo atingiu no Brasil após tantas exigências na concessão dos aeroportos.

“Outra fortaleza desse processo é a maturidade do nosso modelo de concessão. Já estamos na sétima rodada e houve uma curva de aprendizado muito grande. Hoje, temos um modelo reconhecido mundialmente, porque ele funciona e alinha incentivos, além de ser capaz de atrair grandes operadoras e players globais”, acrescenta.

Glanzmann explica, ainda que o leilão tem a vantagem de acontecer antes das eleições, para não ser influenciado por questões políticas. “Vamos saber nesta quinta-feira quem é que vai aparecer e como serão essas propostas. Em quatro anos de governo, estamos mirando 50 aeroportos concedidos”, pontua.

A ideia é chegar aos 49 terminais com os 15 desta semana e ainda fazer mais um leilão este ano, o da relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN).

(*) Crédito da foto: Reprodução/TV Globo