O setor de viagens corporativas ainda era uma fragilidade na retomada do turismo. Nicho de mercado que apresentou recuperação mais lenta no pós-pandemia, o segmento movimentou R$ 118,7 bilhões no acumulado de 2023, já descontando a inflação. Este é o terceiro maior faturamento anual desde o início da série, desenvolvida pela parceria entre a Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) e a FecomercioSP.

O avanço foi de 11,4% frente a 2022, ficando abaixo apenas dos números de 2013 (R$ 120,2 bilhões) e 2014 (R$ 121,6 bilhões). Em dezembro de 2023, as despesas estimadas pelas empresas com viagens corporativas atingiram R$ 7,9 bilhões, valor que demonstra um crescimento anual de 5% e que representa um incremento de R$ 400 milhões em faturamento para o setor.

De acordo com a Alagev, o crescimento das viagens corporativas está relacionado com o incremento das demandas de serviços como compras de passagens aéreas, hospedagens, alimentação e locação de veículos. Outro fator que contribuiu para o aumento desse faturamento foi a progressão exponencial nos preços desses serviços, que se mantêm em trajetória ascendente.

“É seguro dizer que o setor continua sendo impulsionado pelos serviços corporativos. Este crescimento, apesar de ser positivo, está ligado ao aumento dos custos de vários fatores, incluindo passagens aéreas, aluguel de carros e acomodações. Assim, o mercado se mantém forte, mas a habilidade das empresas em se adaptar, como a redução de eventos presenciais, é essencial para enfrentar os desafios financeiros e assegurar a sustentabilidade a longo prazo”, observa Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço médio das passagens aéreas subiu 47,2% no acumulado de um ano. Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aponta que o volume de passageiros em voos domésticos sofreu um aumento de 11,2% em relação a 2022, totalizando cerca de 91,4 milhões de pessoas.

Perspectivas para 2024

De acordo com o levantamento, dezembro é tradicionalmente um período de menor atividade no turismo corporativo. Da mesma forma, é esperado que janeiro e fevereiro sejam meses de movimentação tímida, com menos eventos. Passada a época de baixa para o segmento business, a expectativa é que 2024 seja um ano de crescimento — levando em consideração a continuidade de avanços do segmento.

O crescimento econômico, a queda nas taxas de juros e o aumento das atividades turísticas sinalizam meses de ganhos à frente.

Essa demanda aquecida pelo setor corporativo também resultou em um aumento significativo no faturamento das redes hoteleiras dos grandes centros urbanos. De acordo com o levantamento de estatísticas realizado pelo FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), o valor médio de hospedagem teve alta de 22,5% ao de 2023, mantendo uma média de R$ 345,23 a diária.

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(*) Crédito da capa: Cameron Casey/Pexels