Os preços das passagens aéreas acumulam recuo de 24,29% em 2024, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar de seguirem caindo, as tarifas ainda estão longe de compensar a alta acumulada de mais de 80% nos últimos quatro meses de 2023, afirma André Filipe Guedes Almeida, gerente responsável pelo indicador.

Fevereiro foi o segundo mês seguido com queda nos preços das passagens aéreas com recuo de 10,71%. No mês anterior, a retração foi ainda mais expressiva, de 15,22%, aponta o Valor Econômico. Os resultados foram as primeiras quedas após quatro meses consecutivos de alta. Quando se considera o ano de 2023 como um todo, houve avanço de 47,24% nas tarifas.

“As passagens aéreas tiveram alta acumulada de mais de 80% nos últimos quatro meses de 2023. Essas quedas agora em 2024 não compensam, os preços ainda não voltaram para o patamar anterior a esses quase meses finais de 2023”, destaca Almeida. No fim do ano passado, os preços foram puxados pela proximidade das férias e pelo aumento do preço do querosene de aviação, segundo especialistas.

Dentro das previsões

A baixa das passagens aéreas era, de certa forma, um movimento já esperado pelo mercado. Isso porque especialistas do setor avaliaram que o acordo firmado entre o governo federal e as empresas do setor para disponibilizar uma cota de bilhetes talvez não resultasse em uma redução significativa, cenário que acabou se concretizando, de fato, já que a queda dos preços médios ainda não foi suficiente para compensar as perdas.

O projeto Voa Brasil, resultado dessa parceria, tem como objetivo reduzir o preço das passagens aéreas, oferecendo bilhetes por R$ 200. O lançamento oficial era esperado para 2023, mas acabou sendo adiado para este ano, e segue sem uma data. Especialistas destacam que, pela lei da oferta e demanda, pessoas que compram com antecedência ou viajam para destinos menos procurados costumam obter preços mais vantajosos.

Além disso, a falta de obrigatoriedades específicas no plano do governo permite que as empresas concentrem a oferta de passagens aéreas mais baratas em voos de menor demanda, compensando com valores mais altos em destinos populares.

(*) Crédito da foto: rauschenberger/Pixabay