O leilão do Paraíso do Manso, resort de luxo localizado na Chapada dos Guimarães (MT), foi suspenso pela Justiça Federal após investigações apontarem uma possível ligação com um esquema de tráfico de drogas internacional e lavagem de dinheiro, segundo divulgado pelo Terra.

O empreendimento foi sequestrado pela Operação Status, em setembro de 2020, que resultou na prisão de seis suspeitos e no bloqueio de contas bancárias e bens ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

O juiz Luiz Augusto Iamassaki Florentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, suspendeu o pregão após a União informar ao Ministério Público que o resort de luxo foi construído em uma área federal. O magistrado pediu informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário para avaliar a possibilidade de incorporação do imóvel ao patrimônio público, visando evitar o uso indevido do espaço.

“Há que se solicitar ao referido órgão do Executivo que esclareça nos autos a efetiva viabilidade dessa incorporação, até mesmo para evitar que a área continue a ser indevidamente explorada por algum dos investigados ou por terceiros”, diz o despacho.

Lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal afirma que o resort foi registrado no nome de uma “laranja”, mas que na verdade pertence ao clã Morinigo, o que a família nega. Os Morinigo já foram denunciados na Operação Riqueza como fornecedores de drogas para o PCC. Segundo investigações, o grupo possui histórico no tráfico de drogas, com foco na importação de cocaína.

O Paraíso do Manso teria sido utilizado para lavagem de dinheiro oriunda das atividades criminosas da organização. Procuradores afirmam que o núcleo de atuação do grupo estaria dividido entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com ramificações em outros estados e fronteiras nacionais.

O clã Morinigo responde a uma ação penal por tráfico internacional de drogas e organização criminosa. As audiências de instrução estão previstas para começar em fevereiro na 5ª Vara Federal de Campo Grande. A expectativa é que o processo se estenda por meses, em razão do número de réus (12) e de testemunhas que ainda precisam ser ouvidas antes do julgamento.

A resposta da defesa

Ao Estadão, o advogado André Damiani afirma que o resort de luxo não pertence à família Morinigo. “Eu não tenho como me manifestar sobre o imóvel porque ele não pertence aos meus clientes. É uma ilação irresponsável”, disse.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Receita Federal