O ICS (Índice de Confiança de Serviços), calculado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), caiu 1,5 ponto em fevereiro, chegando a 94,2 pontos, após ter subido no mês anterior. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,2 ponto, revela o Valor Econômico.

“A confiança dos serviços piora no mês de fevereiro. O resultado ratifica a percepção de perda de fôlego do setor sobre a situação atual observada desde o segundo semestre de 2023. Apesar disso, nota-se certa resiliência na demanda. Em relação ao futuro, o resultado do mês apresenta cautela dos empresários após a forte melhora das expectativas em janeiro passado”, diz Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em comentário no relatório.

“É cedo para esperar um ciclo de quedas no setor, que enfrenta um ambiente macroeconômico de manutenção da queda na taxa de juros e bons resultados no mercado de trabalho. Ainda assim, não está evidente que a melhora nos fatores econômicos já tenha impactado a confiança dos empresários”, complementa.

A queda na confiança de serviços em janeiro foi influenciada exclusivamente pela piora das perspectivas dos empresários do setor para os próximos meses. Nesse cenário o IE-S (Índice de Expectativas) caiu 2,9 pontos, para 92,1, enquanto o ISA-S (Índice de Situação Atual) ficou estável no mês ao permanecer em 96,4 pontos.

Outros dados

Os dois componentes do ISA-S variaram na mesma proporção, mas em sentidos opostos. Enquanto o indicador de situação atual dos negócios caiu 1,1 ponto, para 96,3, o de volume da demanda atual subiu 1,1 ponto, para 96,5. Para as expectativas, ambos os componentes do IE-S recuaram: o que mede a demanda prevista nos próximos três meses recuou 4,3 pontos, para 91,2, e o que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 1,6 ponto, para 93,1.

A desaceleração no setor de serviços ficou evidente com os resultados negativos dos últimos meses. Em médias móveis trimestrais, o ISA-S voltou a cair de forma difusa entre os segmentos. “Apesar da acomodação do indicador no mês, a tendência na ponta é de piora da situação atual. Todos os segmentos, exceto transportes, apresentaram queda no índice”, finaliza Pacini.

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