De acordo com dados divulgados hoje (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de serviços no Brasil apresentou recuo de 0,6% em comparação com setembro. O resultado, obtido por meio da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), marca o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 2,3%. Os dados ajustados sazonalmente revelam que o setor de serviços está 10,2% acima dos níveis de fevereiro de 2020, antes da pandemia, mas 3,2% abaixo do auge, que foi registrado em dezembro de 2022.

O cenário de contração foi evidenciado por dois dos cinco segmentos analisados: transportes (-2,0%) e serviços prestados às famílias (-2,1%). O setor de transportes acumulou perda significativa, de 4,3%, entre agosto e outubro, enquanto os serviços prestados às famílias eliminaram a maior parte do ganho registrado em setembro (2,5%).

O segmento de atividades turísticas retraiu 1,1% em outubro de 2023, após expansão de 1,5% em setembro. O cenário regional mostra que sete dos 12 locais pesquisados acompanharam essa tendência negativa, com o Rio de Janeiro (-9,0%), Santa Catarina (-5,1%) e Bahia (-2,6%) liderando as quedas. Em contrapartida, São Paulo (1,9%) e Pernambuco (4,2%) registraram os principais avanços.

Na comparação anual, as atividades turísticas apresentaram expansão de 6,5%, impulsionadas principalmente pelo aumento na receita de empresas nos setores de locação de automóveis, transporte aéreo, serviços de bufê, agências de viagens, transporte rodoviário coletivo de passageiros e hotéis.

O transporte de passageiros teve alta de 0,7% em outubro, recuperando parte da queda de 1,1% registrada em setembro. Em contrapartida, o transporte de cargas apresentou uma retração de 2,3% no mesmo período, marcando o terceiro revés consecutivo.

No acumulado do ano, o transporte de passageiros registrou crescimento de 1,7%, enquanto o transporte de cargas avançou 9,0%, evidenciando dinâmicas distintas nos dois segmentos do setor de transportes.

Outros segmentos

Por outro lado, os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e os de informação e comunicação (0,3%) foram os únicos a encerrar o período com saldo positivo. O primeiro recuperou quase toda a queda observada em setembro (-1,1%), enquanto o segundo apresentou leve acréscimo após três resultados negativos consecutivos.

A análise da média móvel trimestral, ajustada sazonalmente, revelou declínio de 0,8% no trimestre encerrado em outubro, em comparação com o encerrado no mês anterior. Quatro das cinco atividades apresentaram taxas negativas, destacando-se transportes (-1,4%) e serviços prestados às famílias (-1,1%). A única exceção foi o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que registrou aumento de 0,3%.

Frente a outubro de 2022, o volume do setor de serviços apresentou um recuo de 0,4%, marcando o segundo resultado negativo consecutivo. Neste mês, três das cinco atividades contribuíram para a queda, com destaque para outros serviços (-4,2%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,2%).

A análise regional revela que 12 das 27 unidades federativas brasileiras apresentaram retração nos serviços. O Rio de Janeiro (-2,9%), Mato Grosso (-7,0%) e Paraná (-2,1%) foram os estados mais impactados negativamente, enquanto São Paulo (0,4%), Minas Gerais (1,2%), Rio Grande do Sul (1,9%) e Distrito Federal (2,5%) contribuíram positivamente.

No acumulado do ano, o setor de serviços registrou uma expansão de 3,1% em relação ao mesmo período de 2022, com quatro das cinco atividades apresentando taxas positivas. A análise regional mostra avanço disseminado entre as unidades federativas, com destaque para Minas Gerais (8,3%), Paraná (11,7%) e Rio de Janeiro (4,9%).

De acordo com análise realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a previsão é de que o setor de serviços encerre 2023 com alta de 2,9%. Já para as atividades turísticas, o incremento deve ser de 7,4%. Nesta alta temporada (novembro de 2023 a fevereiro de 2024),  a CNC prevê faturamento superior a R$ 155 bilhões, representando um avanço de 5,6% em relação à alta temporada anterior.

Para o ano que vem, a previsão para os dois setores também é de alta, mas em menos proporção. No turismo, a alta deve girar em torno de 2,1%, considerando a expectativa de um cenário de atividade econômica mais fraca, apesar dos juros e inflação menores. Já nos serviços, o crescimento deve ser de 2,7%.

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