Foram duas baixas consecutivas em janeiro e fevereiro, até que o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) subiu pela primeira vez em 2024. De acordo com dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgados hoje (22), o indicador de março avançou 1,6 ponto, chegando a 91,3 pontos no terceiro mês do ano.

Em médias móveis trimestrais, o índice continuou recuando, agora pelo sexto mês seguido, em 0,6 ponto, para 90,6 pontos. Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, comentou em nota que a alta em março foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis, que recuou fortemente no mês.

“Esse é o primeiro resultado positivo do ano, elevando o indicador de um nível pessimista para moderadamente pessimista, acima dos 90 pontos. Apesar da melhora no mês, a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios da confiança tem estado atrelado às limitações financeiras das famílias, como sugere a manutenção do indicador de situação financeira atual em níveis historicamente baixos”, afirma a economista.

IE e ISA

Com a alta da confiança do consumidor em março, as expectativas também subiu para os próximos meses. O IE (Índice de Expectativas) cresceu 1,2 ponto, para 99,1 pontos, após acumular queda de 4,6 pontos nos dois últimos meses.

Seguindo a mesma linha de avanço, o ISA (Índice da Situação Atual) registrou incremento de 2,1 pontos, para 80,7 pontos, segunda alta consecutiva do índice após iniciar o ano variando negativamente.

Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para a alta da confiança no mês ao avançar 7,6 pontos, para 100,8 pontos, devolvendo parte da queda do mês anterior de 8,5 pontos.

O avanço também foi observado no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia que subiu 4,8 pontos, para 110,6 pontos.

Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado negativo em março, com queda de 9,2 pontos, para 85,8 pontos.

Em março, houve incremento das percepções sobre as finanças pessoais e da economia local, que avançaram em 2,0 e 2,1 pontos para 69,9 e 91,8 pontos, respectivamente.

A alta da confiança do consumidor, apesar de em diferentes intensidades, ocorre de maneira distinta nas quatro faixas de renda. Consumidores de menor poder aquisitivo (até R$ 2.100,00) apresentam a maior contribuição para a variação positiva das avaliações sobre o momento atual.

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