Com 77 anos de história, a Best Western quer andar lado a lado com o futuro. Com 19 marcas em seu portfólio, a rede norte-americana quer incrementar seu mix de bandeiras, pois sabe que as necessidades dos consumidores se transformam continuamente. Logo, nada faria mais sentido do que também mudar (e se desenvolver) no mesmo ritmo que elas.

Em entrevista exclusiva ao Hotelier News durante o SAHIC Latin America & Caribbean, que acabou ontem (28), em Cartagena, na Colômbia, Ron Pohl disse que a empresa quer se manter relevante pelos próximos 70 anos. “A maior parte de nossa base de hotéis está inserida em marcas como Best Western e Best Western Plus. Porém, as outras 17 bandeiras atuam em segmentos como long stay, upscale e hotéis boutique. Queremos crescer em oferta nessas marcas, pois sabemos que as próximas gerações buscam algo único, com experiências e autenticidade”, diz o presidente das Operações Internacionais da Best Western e da WorldHotels.

Para alavancar seu portfólio, a empresa aposta em conversões e na adições de propriedades independentes às suas collections brands. “Oferecemos um modelo de suporte que conecta esses hotéis a nosso sistema de distribuição e a benefícios como nosso programa de fidelidade. Por outro lado, para nós é vantajoso estar atrelado a uma marca independente que vem sendo construída há 25, 40 ou até mesmo 80 anos”, salienta o executivo. “É uma relação a longo prazo e com muita oportunidade de crescimento”.

A estratégia citada acima também vale para o desenvolvimento de novos negócios no Brasil e na América Latina. Com um mercado composto majoritariamente por propriedades independentes, Pohl acredita que a região é uma fonte de boas parcerias.

“Estamos muito otimistas em relação às nossas marcas na região. Estamos injetando recursos em escritórios e equipes para crescer neste mercado. Temos na região 71 unidades Best Western, mas este é um número que pode dobrar”, salienta o executivo.

Panorama da crise

Guerra na Ucrânia, crise bancária nos EUA e instabilidade política na América do Sul são apenas alguns dos ingredientes que compõem o cenário político-econômico atual. Sobre os impactos desses problemas nos hotéis e na atratividade do setor para novos investimentos, Pohl adota uma postura otimista, mas pondera que cada região do globo vive um momento distinto de recuperação.

“Os EUA iniciaram sua retomada, seguidos pela Europa, América Latina e, por último, Ásia. Cada região tem problemas diferentes, mas, no final das contas, as pessoas seguem querendo viajar. Então, é algo extremamente positivo”, avalia Pohl.

O executivo, que atua há mais de 40 anos na indústria hoteleira, argumenta que, ao contrário da crise de 2008, marcada por adversidades de demanda, o contexto atual é um pouco diferente. “Não foi um problema de queda de renda generalizada, como em 2008. Ao contrário, muita gente conseguiu poupar dinheiro”, ponderou.

“Nos EUA, por exemplo, as pessoas seguem querendo viajar. No entanto, é possível que reduzam a frequência para duas a três viagens por ano, Mais ainda, podem também acabar se deslocando dentro e fora dos próprios estados”, acrescentou.

Ainda motivo de incertezas para o mercado, Pohl acredita que a demanda corporativa não retornará aos níveis pré-pandêmicos, mas destaca que o setor hoteleiro encontrará meios de suprir essa fatia de público. “Ainda não temos tantos viajantes de negócios internacionais. No entanto, os grupos e eventos são também segmentos muito estratégicos para o setor e estão de volta com força”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News