A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) comunicou hoje (17) que o uso de máscaras em voos e aeroportos não será mais obrigatório. A partir da decisão, a utilização do item de proteção passará a ser apenas uma recomendação da entidade, segundo O Globo.

A medida passa a vigorar a partir do momento em que for publicada no Diário Oficial da União, o que deve acontecer nos próximos dias. O tema foi debatido pela Dicol (Diretoria Colegiada) da Anvisa em sua 15ª Reunião Ordinária Pública.

“Devido à obrigatoriedade do uso de máscaras nos momentos mais críticos que vivenciamos, é possível alcançar essa situação tão almejada por todos os passageiros, trabalhadores e comunidade aeroportuária”, pontua o diretor Alex Machado Campos, relator do tema no colegiado.

“Reforço que, apesar da flexibilização proposta, a Anvisa continua recomendando o uso de máscaras por todos, especialmente para pessoas mais vulneráveis ou com sintomas gripais, como medida de proteção individual, não só contra a Covid-19, mas também para todas as demais doenças transmissíveis via respiratória”, completa.

Como impacto no setor do turismo, a determinação influencia no comportamento do consumidor, visto que a demanda por viagens tem voltado a aumentar. Segundo levantamento do Google, as pesquisas por viagens de verão dobraram no segundo trimestre. Com a decisão da Anvisa, os turistas se sentem mais confiantes para voltar a viajar e retomar o ritmo pré-pandemia.

Outras determinações

Além da mudança relativa ao uso de máscaras, o distanciamento social também passa a não ser mais obrigatório. No entanto, o desembarque por fileiras se mantém, algo que a Anvisa considera um legado da pandemia e que ajuda a evitar tumultos na saída das aeronaves. Devido à decisão da entidade, a regra fica:

  • Máscaras: uso recomendado
  • Distanciamento: não mais obrigatório
  • Desembarque por fileiras: segue obrigatório
  • Álcool em gel nos voos: obrigatório
  • Higienização das aeronaves: obrigatório
  • Sistemas de filtros de ventilação: obrigatório

Além disso, também estava na pauta da reunião a discussão sobre a “possibilidade de dispensa de registro e os requisitos para autorização excepcional de importação de vacinas e medicamentos para prevenção” de varíola dos macacos. No entanto, o item foi retirado da discussão, uma vez que as análises técnicas para embasar o debate ainda não foram concluídas.

Até então, mais de 680 mil pessoas já morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil e 35,2 milhões de casos foram confirmados. Na escala global, foram 6,4 milhões de óbitos e 590 milhões de casos.

Com a determinação, o Brasil se junta a países da Europa e aos EUA, que já derrubaram a obrigatoriedade de máscaras em aeronaves e aeroportos. Em maio, a União Europeia atualizou suas restrições e desobrigou a utilização do acessório.

Alguns países europeus, como Alemanha, Espanha e Grécia, mantiveram o uso obrigatório da máscaras, mesmo após a decisão da UE. Em abril, os EUA já haviam retirado a obrigatoriedade das máscaras. Ao longo da pandemia, a questão tem sido alvo de controvérsias, com funcionários de companhias aéreas enfrentando relutância de muitas pessoas em relação ao uso da máscara. A FAA, agência responsável pela segurança do transporte nos EUA, registrou 744 incidentes relacionados ao tema desde o início do ano.

(*) Crédito da foto: Reprodução/Prefeitura de Águas de Lindóia