No acumulado entre maio e julho, a hotelaria da Grande BH registrou R$ 203,65 de diária média e ocupação de 42,1%. Com o início das flexibilizações das medidas restritivas na região desde abril, o impacto econômico relacionado à pandemia diminuiu, considerando estes resultados promissores. O RevPar ficou em R$ 85,74. Os dados são da ABIH-MG (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais).

A reportagem do Hotelier News procurou Guilherme Sanson, presidente da ABIH-MG, para esmiuçar e entender as razões para a discrepância nos resultados. De acordo com o executivo, o orçamento esperado para 2021 era melhor, com expectativa de um ritmo mais rápido na vacinação.

“A maioria dos hotéis da cidade estão melhorando nos indicadores, mas ainda falta bastante. A oferta é grande e ainda estamos com mais de 80% das unidades sem o ponto de equilíbrio (breakeven), ou seja, ainda pagando mais prejuízos do que gerando lucro”, afirma.

A movimentação da cesta competitiva, segundo o presidente, ainda se baseia no lazer e em hóspedes individuais do interior do estado. A ativação do corporativo, mercado forte da capital mineira, ainda não deve acontecer em 2021.

“O viajante business mudou de comportamento e vamos precisar nos adaptar também. Não acredito na volta total desta demanda como era antes, mas ainda será um segmento importante para a retomada da atividade hoteleira”, conclui Sanson.

Números

No faturamento total dos hotéis, segundo dados coletados pela ABIH-MG, o valor chegou a R$ 17.969.825,59 milhões. Entre os destaques, a região Centro Sul da Grande BH (Savassi, Lourdes e Funcionários) foi a que teve a maior parcela do índice — mais de R$ 11.680.630 milhões.

Em seguida, a divisão entre Nordeste (Fernão Dias e Ipiranga) e Pampulha é mínima, com R$ 1.983.870 milhões e R$ 1.632.860 milhões, respectivamente. As regiões Noroeste (R$ 600 mil), Centro-oeste (R$ 193,27 mil) e Oeste (R$ 147 mil) ocupam o resto do faturamento registrado.

Em termos de market share, ou seja, distribuição da produção hoteleira, o Centro Sul conseguiu 69,06% da fatia total. A lista segue, na ordem, com Pampulha (12,9%), Nordeste (9,3%) e Noroeste (5,97%). As localidades Oeste e Centro-Oeste não tiveram as porcentagens reveladas, mas ambos índices foram baixos.

ABIH-MG: categorias

Em relação à divisão dos resultados por categoria, os hotéis midscale tiveram o principal faturamento da região, com R$ 10.316.602,99 milhões. A seguir, os econômicos registraram R$ 5.158.744,74 milhões no mesmo índice, com os empreendimentos upperscale somando R$ 2.494.477,86 milhões.

Aos hotéis econômicos, a diária média ficou em R$ 153,79 e ocupação com 41,7%, representando um RevPar de R$ 64,13. Por dia na semana, sábado foi o principal período.

O midscale performou com R$ 215,43 de diária média, 43,14% de ocupação e RevPar em R$ 92,93. O sábado também foi o melhor dia da de semana.

Por fim, a categoria upperscale (três hotéis) teve atuação mais discreta, com taxa de ocupação de 37,54% e diária média em R$ 366,46. O RevPar, portanto, ficou em R$ 137,55, sendo terça-feira o principal dia da semana para a hotelaria de luxo.

No market share, os hotéis midscale foram os mais dominantes com quase metade do mesmo (54,27%), seguidos dos econômicos (38,02%) e upperscale (7,71%).

(*) Crédito da foto: Lucas Vimieiro/Pexels