O site é uma vitrine virtual do seu negócio, hoteleiro. Assim sendo, ele precisa ter conteúdo e aparência nítida, acolhedora e atualizada. Se sua página parecer que estacionou nos anos 2000, os hóspedes em potencial presumirão que seu hotel está preso no passado.

Para explicar melhor a importância de manter um site atualizado, o Hotelier News conversou com Alex-Sandro Souza, CEO da Tribuzana, Joyce da Conceição Lopes Simão, analista de Produto da Letsbook, e Felipe Costa, head de Performance e Business Analytics da Letsbook.

Antes de começar com dicas de como atualizar seu site, é vital primeiro entender sua importância. O primeiro passo, segundo Souza, é o hoteleiro acessar e navegar pela página para entender sua usabilidade, se tem informações corretas e boas fotos. “Melhor ainda, convide alguém que não conhece o site para tentar reservar uma acomodação. Sem dar qualquer instrução ou dicas, se essa pessoa encontrar alguma dificuldade, é porque precisa ser atualizado”, recomenda o CEO. 

Ainda segundo Souza, ter um site desatualizado é basicamente a mesma coisa que ter feito milhares de cartões de visitas nos anos 90, deixado na gaveta até então e começar a distribuir agora. “A tecnologia avança muito rápido. Não dá pra dizer o tempo em que um site precisa ser atualizado. No mínimo, é fundamental garantir que ele esteja com fotos novas e informações claras e precisas, além de questões técnicas como responsividade em diferentes dispositivos e velocidade para carregar as páginas”, explica o executivo.

Afinal, pontua Souza, o site é um ativo do hotel e é um dos principais, se não o principal, meio de aquisição de hóspedes. “A maioria esmagadora das pessoas checam a página oficial após encontrar uma oferta em uma OTA. E três a cada cinco usuários entram em contato com o hotel por meio do site”.

“Quanto mais atualizado o site está, mais o hóspede se sente munido de informações sobre o que ele está reservando. Se está velho ou desatualizado, ele vai pensar que a própria hospedagem está assim”, alega Joyce. “Além disso, se seu desempenho está piorando, seja com queda no fluxo de visitantes, tempo de tela ou vendas, quer dizer que o site não está cumprindo seu papel”, acrescenta.

Além de um serviço, a hotelaria é uma experiência e, em tempos de alta digitalização, o site é responsável pela primeira impressão do hóspede sobre o empreendimento, segundo Costa. “Todas as atualizações contribuem para que a experiência do usuário seja aprimorada. Elas também fazem o Google entender que existe uma frequência de atualização, o que, respeitando boas práticas de SEO, também contribui com o ranqueamento nas pesquisas”, explica o executivo.

Por onde começar?

Com base nos pontos apresentados, já é possível extrair algumas ideias do que fazer para atualizar seu site. Contudo, ambos os especialistas da Letsbook destacam a importância de definir uma estratégia previamente. “O hoteleiro deve alterar o site de acordo com a estratégia de marketing construída. É bacana, por exemplo, criar um calendário com campanhas e datas especiais para pautar atualizações, como inclusão de banners interessantes sobre eventos ou atividades especiais, divulgação de promoções, entre outros”, exemplifica Joyce.

A partir de então, é essencial garantir conteúdo de qualidade e fotos com boa resolução, descrever imagens pensando na inclusão e passar informações com clareza. “Normalmente o hóspede não quer ligar para sanar dúvidas, mas encontrar tudo no próprio site. Se está fazendo uma promoção, coloque o valor, a data e todas as informações que vão auxiliar no resultado final”, recomenda Joyce.

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Sempre considere o público-alvo, recomenda Souza

É importante refletir sobre quais informações são, de fato, cruciais para os hóspedes. “É relevante a metragem quadrada? Pode até ser, mas é algo muito técnico, que não trás conexão e comunicação. Muitos destacam essa informação sendo que existem muitas outras mais atrativas, como: quais tipos de hóspedes esse quarto atende? Casais, famílias com crianças pequenas, pessoas com pet, buscando lazer ou trabalhando?”, destaca Souza.

O CEO da Tribuzana acrescenta que o site deve ser pensado na pessoa que o hotel busca atender e não a vontade e ao gosto do proprietário. “Devemos pensar no que converte, por meio de validação e testes, desde mapa de calor, cores, botões, posição de elementos e informações. Se o spa é o carro-chefe do hotel, além das fotos é necessário uma descrição detalhada dos tratamentos, a quem eles atendem, a duração, os valores, etc”.

Souza destaca também que as páginas precisam conversar e se conectar entre si, ou seja, é importante pensar na jornada do hóspede pelo site, considerando seu produto de destaque e o público-alvo. “A própria aba ‘Quem somos?’, uma das mais visitadas, se bem construída, pode levar a outras páginas, ampliando a relevância para o Google. É interessante montar um blog que interesse e atraia seu perfil de hóspede, com dicas de atrativos na região e comerciais velados. Para o corporativo, por exemplo, o blog deve chamar a atenção de agentes de viagens”, recomenda o executivo.

Em relação às questões técnicas, o CEO da Tribuzana ressalta a necessidade de o site ser de alta performance, ou seja, carregar as páginas rapidamente. Isso não vale apenas para desktops, mas também para dispositivos móveis que respondem por pelo menos 75% dos acessos. “Sempre teste em todos os ambientes antes de publicar uma atualização para não impactar na experiência do cliente”, complementa Joyce.

Quanto à terceirizar ou contratar desenvolvedores para a equipe, a resposta depende do tipo de hotel e da ferramenta a ser utilizada. “Algumas são bastante fáceis de atualizar e simples o suficiente para ser autodidata, o que ajuda bastante pequenos hoteleiros. No caso de redes e grandes hotéis, costuma ser ideal contratar agências para que o hoteleiro consiga focar na própria gestão do empreendimento”, avalia Joyce.

Contudo, vale lembrar que sites hoteleiros são muito diferentes das páginas de outros setores. “Existem muitas empresas boas, mas que não estão familiarizadas com hotéis. Ter uma visão de hotelaria é imprescindível, como é o caso da Letsbook, Pmweb, Foco Multimídia, entre outras empresas que vão olhar para a conexão da reserva, trabalhar com os links e integrações corretas, entre motor e site”, finaliza Souza.

(*) Crédito da capa: Pixies/Pixabay
(**) Crédito da foto de Alex-Sandro Souza: Divulgação/Tribuzana