Após o melhor mês de maio desde 2015, o setor de viagens corporativas encerra o primeiro semestre com faturamento de R$ 52,3 bilhões, segundo dados da Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas), em parceria com a FecomercioSP. O resultado representa crescimento anual de 18,1%, além de um desempenho recorde em oito anos para o período.

Para encerrar o semestre com chave de ouro, as viagens corporativas alcançaram R$ 9,4 bilhões em junho — aumento de 10% frente ao mesmo mês em 2022. De acordo com o levantamento da Alagev, os números apontam para um momento de solidez no segmento, com a retomada de viagens a negócios impulsionadas por preços mais acessíveis de passagens aéreas.

Por outro lado, com alta demanda da hotelaria, a tarifa média está mais elevada do que em 2022 por conta da expansão dos custos operacionais, que acabam sendo repassados aos consumidores finais, incluindo as empresas.

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Pontos de atenção

Na análise da entidade, o volume de viagens é grande, superando a pré-pandemia no modal aéreo. No entanto, as empresas estão mais rígidas sobre a necessidade de realizar uma viagem, seja para uma reunião ou evento. O modelo antigo, de bate e volta para um encontro, já não é uma opção frequente nas organizações.

“O primeiro semestre destacou uma tendência de crescimento sem precedentes. A previsão é que esse aumento persista, embora possam surgir incrementos menos substanciais em termos percentuais. Esses resultados destacam a resiliência e vitalidade do setor, refletindo a importância de investimentos nas viagens de negócios”, comenta Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev.

A economia brasileira apresenta bons resultados em 2023. As empresas estão com mais capacidade de investimento, o que influencia nos deslocamentos corporativos. A expectativa é que a redução da taxa de juros traga consequências ainda mais positivas no médio e longo prazo no sentido de uma economia mais forte para 2024.

Gargalos de mão de obra qualificada, limitação de conectividade e infraestrutura aquém do desejável ainda são pontos de atenção que freiam o crescimento do setor corporativo.

(*) Crédito da foto: Pixabay