Após dois anos de pandemia, com diversas restrições impostas a viajantes, muito de se fala em recuperação do setor, tanto na demanda de lazer, quanto de negócios. Por outro lado, as viagens corporativas têm levado mais tempo para retomar os níveis anteriores à crise e não deverão se recuperar plenamente antes da metade de 2026, segundo projeções recentes da GBTA (Global Business Travel Association), superando a expectativa da Deloitte, que prevê a volta à normalidade até o fim de 2024.

Suzanne Neufang, presidente-executiva da GBTA, diz que as preocupações ambientais têm pressionado os viajantes de negócios a realizar viagens “mais propositadas”. Com isso, ela aponta para a tendência de redução no volume de viagens corporativas, ao mesmo tempo em que elas ficam mais longas e produtivas. Além disso, o alto preço das passagens aéreas também tem dificultado a recuperação do setor no Brasil e no mundo, segundo artigo da Financial Times publicado na Folha de S. Paulo.

Outros fatores

Entre os principais fatores elencados no artigo como barreiras para a recuperação das viagens corporativas, está a popularização das reuniões online. Em teoria, isso faz sentido, mas os desenvolvimentos tecnológicos nem sempre produzem os resultados esperados.

Por exemplo, quando o e-mail foi criado em 1971, acreditava-se que os custos de viagem iriam diminuir, porque os trabalhadores não teriam que se encontrar pessoalmente com tanta frequência. cinco anos após a novidade, as despesas de viagens tinham quadruplicado.

Isso significa que, em todos os setores, as reuniões presenciais ainda são necessárias, e sua organização ficou mais cara, resultando em alta nos custos das viagens corporativas.

Por fim, as previsões da GBTA e outras entidades do setor apontam que os padrões de viagens corporativas continuarão a mudar graças à tendência de aumento do trabalho flexível, e mais ainda devido às preocupações com a mudança climática.

(*) Crédito da capa: Skitterphoto/Pixabay