Mesmo com as altas expectativas para o Carnaval, a capital paulista sofreu perdas no setor turístico em fevereiro. Nem mesmo os desfiles das escolas de samba e os blocos de rua evitaram a queda de 2,7% no período frente a janeiro, segundo dados da FecomercioSP. De acordo com a entidade, o resultado foi impulsionado pela redução de passageiros nos terminais aéreos e rodoviários.

Na comparação anual, o avanço foi de 31,4%, contudo, vale lembrar que em fevereiro de 2022 o turismo foi fortemente impactado pela variante Ômicron, além do cancelamento do Carnaval. Apesar do recuo, os dados do IMAT (Índice Mensal de Atividade do Turismo), apurado em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos, apontam faturamento estável no setor — chegando a R$ 41,4 milhões de média diária.

O montante considera atividades como hotéis, agências de turismo, organização de festas e eventos, recreação, entre outros. A quantia é similar ao visto em janeiro, com ligeiro recuo de 0,3%. Na comparação anual, o valor mais que dobrou (135%).

De acordo com a FecomercioSP, a inflação mais elevada também contribui para o aumento do faturamento. A despeito da taxa de ocupação dos hotéis ter ficado em um nível similar ao de 2022, por exemplo, a tarifa média cresceu 45%, em termos reais. Em fevereiro, 413,6 mil pessoas trabalharam, direta ou indiretamente, no setor de turismo da cidade. O número é 0,3% menor em comparação a janeiro e 4% maior do que em 2022.

Indicadores do setor

Em fevereiro, a taxa de ocupação dos hotéis ficou em 57,1% – acima dos 50,2% registrados no primeiro mês do ano –, mantendo-se próxima dos 55% observados no mesmo período do ano passado. Assim, os dados do IMAT indicam que o evento, na cidade de São Paulo, movimenta, basicamente, os moradores locais e da região.

Outro dado apontado pelo IMAT foi a movimentação em aeroportos e rodoviárias, que apresentou médias diárias inferiores. Nos terminais rodoviários, a média de fevereiro foi de 37,9 mil passageiros, 10,2 mil pessoas a menos do que em janeiro (redução de 23,1%).

Nos terminais aéreos, a queda foi de 7,1%, na mesma base de comparação, com média diária de 157,1 mil passageiros. É natural também que, além da ponderação por dias de cada mês, haja a redução, em comparação à alta temporada de janeiro.

Para o Conselho de Turismo da FecomercioSP, de forma geral, os dados do segundo mês do ano são positivos, uma vez que mostra forte recuperação do setor em relação ao mesmo período do ano passado (ainda que seja uma base de comparação frágil). O Carnaval, ainda que não seja um evento que aqueça o turismo em São Paulo, contribui para a economia. Setores de supermercados, vestuários, acessórios, bares e restaurantes, por exemplo, se beneficiam dos gastos de milhões de foliões.

Para março, a expectativa é que o índice consiga avançar de forma significativa, pois, após as festividades, a cidade volta a receber o turismo de negócios, por meio de um calendário aquecido com todos os portes de eventos. Além disso, o festival Lollapalooza e a sequência de shows da banda Coldplay movimentaram a cadeia turística paulistana.

(*) Crédito da foto: Rogério Cassimiro/MTur Destinos