O turismo brasileiro, como um todo, encerrou 2022 em alta. Na cidade de São Paulo, o setor começou o ano no positivo, registrando crescimento de 30,3% em janeiro frente a comparação anual. O IMAT (Índice Mensal de Atividade do Turismo), que é verificado pelo Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris, abrange os principais indicadores de desempenho hoteleiros e financeiros.

O subíndice de crescimento mais expressivo do IMAT foi o faturamento. Ao gerar uma média diária de rendimento de R$ 44,1 milhões, o setor de turismo da capital paulista superou em 135% o resultado de janeiro de 2022, quando registrou R$ 18,7 milhões. Vale considerar, porém, que o mês usado de comparação foi fortemente impactado pela onde de casos da variante Ômicron. Na comparação com o mês anterior, dezembro de 2022, o segmento verificou retração de 9,2%.

O crescimento anual registrado no turismo também pode refletir no desempenho da hotelaria da capital paulista. De acordo com a entidade, a taxa de ocupação média se elevou de 48,7% para 50,2%, além do aumento expressivo nas tarifas médias. O setor aquecido também impulsiona o mercado de trabalho, visto que há necessidade de mão de obra para atender à demanda. Com 419 mil empregados no turismo em janeiro, o resultado supera os números do mesmo período de 2022 (401,7 mil) e de dezembro (417,4 mil).

Da mesma forma, os aeroportos e rodoviárias também apresentaram evolução positiva, tanto na comparação mensal quanto anual. Nos terminais aéreos, a média diária de passageiros foi de 169 mil, em torno de 30 mil a mais do que no mesmo mês do ano passado. Nos terminais rodoviários, houve aumento anual de quase 9 mil, com média mensal em janeiro de 48 mil pessoas.

Análise

A FecomercioSP aponta ainda que a queda mensal em algumas variáveis deve ser pontual, dado que o turismo da capital paulista segue em um ciclo de expansão. Segundo a avaliação da entidade, é possível que o Carnaval tenha impulsionado os resultados de fevereiro, embora os eventos, principalmente os bloquinhos de rua, sejam destinados a um público majoritariamente local.

Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, considera que houve um movimento de normalização dos fluxos, aproximando-se das curvas pré-pandemia. Contudo, a executiva também avalia que janeiro foi um mês pródigo para as viagens internacionais e para destinos de sol e praia, com natural redução da realização de eventos, o que fez diminuir a demanda para a capital. 

“Para além de toda a movimentação prevista para o carnaval, que elevará os números de fevereiro, os empresários percebem aquecimento nas cotações e contratações de espaços para eventos de todos os tipos, o que sinaliza um ano bastante interessante para o turismo paulistano”, finaliza Mariana.

(*) Crédito da foto: Isma_Braz/Pixabay