Aterrisando em mais um destino nordestino, o Hotelier News chega ao Rio Grande do Norte para acompanhar a retomada. Privilegiada pela costa, a capital potiguar se beneficia do turismo de lazer e aproveita o momento de redescoberta do turismo nacional.

Apesar das belas paisagens, a região ainda aguarda a volta dos voos. “A malha aérea é fundamental para o êxito do turismo, e quando ela é escassa, só resta o público regional que não atende a oferta de leitos existentes no estado”, explica José Odecio, presidente da ABIH-RN (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte).

Ainda com certas restrições, o turismo vive um momento de incertezas. “As coisas irão se acomodar no futuro próximo, o que sabemos é que o governo irá deixar de pagar parte dos salários (redução ou suspensão de contrato de trabalho), mas a crise do setor irá perdurar, não sabemos até quando. Portanto, teremos um período, pelo menos, de muitas dúvidas”, comenta o presidente.

A passos lentos, o estado assiste a uma volta com quase metade da ocupação total. “O turismo pós abertura foi muito regional, e com isso alguns destinos como Pipa e são Miguel do Gostoso tiveram bons resultados, mas com ocupação mediana, nada que tenha superado o ano passado. A ocupação média mensal, tem girado em torno de 50%”, diz Odecio. Quanto aos fechamentos definitivos, ainda não houve nenhum registro de encerramento de operações dos hotéis filiados à ABIH-RN. “Muitos reduziram as operações, mas com a continuidade da pandemia e a falta de apoio governamental as coisas tendem a piorar”, adiciona.

rio grande do norte - retomada - fabianna barroso

Fabianna afirma que o Aquaria Hotel fechará 2020 abaixo do esperado

Rio Grande do Norte: retomada na capital

Ao contrário de estados como São Paulo e Paraná, que tem um enfoque no corporativo, a capital sai em vantagem com o lazer. “No Rio Grande do Norte, Natal é a cidade que mais recebe turistas. Não há nenhuma desvantagem em relação ao interior. O turismo vem se recuperando mês a mês. Grande parte dos visitantes vêm dos estados vizinhos e notamos que realmente o turismo regional tem sido o grande destaque”, comenta Fabianna Gonçalves Barroso, gerente de Vendas do Aquaria Hotel.

Fechado entre 25 de março a 20 de julho, o hotel voltou com algumas limitações. “Reabrimos com cerca de 30% da nossa capacidade. Em paralelo, estávamos realizando uma reforma geral em nossas suítes, que foram 100% modernizadas. Estamos reabrindo aos poucos, seguindo todas as normas sanitárias”, divide a gerente.

Com isso, o empreendimento assiste a uma melhora na ocupação mês a mês.”Outubro 60%, novembro 65%. A expectativa para o mês de dezembro é fecharmos com 70% de ocupação. Como nosso maior público é o regional, temos ficado com ocupação máxima aos fins de semana e em 50% durante a semana”, explica Fabianna.

Ainda sem atingir o ponto de equilíbrio, o hotel repensa as metas do ano e projeta as mudanças para 2021. “Falando sobre as metas traçadas no início do ano, não será possível recuperar ainda em 2020, foram muitos meses fechados e um retorno que, apesar de melhor do que esperávamos, ainda longe da nossa realidade anterior, falando em ocupação. Por outro lado, retornamos com diárias médias superiores a 2019. Fecharemos o ano com um faturamento cerca de 50% abaixo do estimado antes da pandemia”, pontua a gerente.

Já as expectativas para o ano que começa são de novidades e melhoria no cenário. “A perspectiva é que o turismo continue em ascensão, que a malha aérea aos poucos vá se reestruturando e a confiança das pessoas retorne, paralelamente ao início da vacinação prevista para o início de 2021”, finaliza Fabianna.

(*) Crédito da capa: Pipa.com.br 

(*) Crédito das fotos: Divulgação