Há alguns anos, durante o isolamento social imposto pela pandemia, a ideia de ficar em resorts ou hotéis all inclusive, convivendo com outros hóspedes, era considerada o oposto de relaxante. Toda a indústria turística sofreu e, depois, com o alívio das restrições da pandemia, os empreendimentos com tudo incluso voltaram a fazer parte do interesse dos investidores, aponta artigo do CoStar.

Ivar Yuste, sócio da consultoria PHG Hotels & Resorts, destacou que a melhor hora para ofertas all inclusive é agora. Durante um painel na Atlantic Ocean Hotel Investors’ Summit, ele acrescentou que esses resorts não estão mais limitados aos destinos tradicionais de praias ou montanhas. “E o mercado também evoluiu. Não é mais um modelo destinado apenas ao viajante que deseja gastar menos”, disse.

Eva Vigil Marín, diretora tributária do Barceló Hotel Group, afirmou que esses resorts estão se mostrando populares em períodos de inflação volátil. “Agora é um produto mais sofisticado, e os hóspedes conhecem o preço final. Isso traz uma sensação de liberdade, e, finalmente, ao adicionar as novas experiências oferecidas, os all inclusives superaram as expectativas. Eles podem se adaptar rapidamente a essa nova demanda”, avaliou.

Sara Rosso-Cipolini, presidente da Planhotel Hospitality Group, afirmou que os resorts all inclusive cresceram.”Eles mudaram seus fundamentos e agora são conhecidos pela qualidade, razão pela qual subiram nos segmentos”.

Para os investidores, o apelo vem do aumento no volume de reservas, de acordo com Sergio Carrascosa, co-fundador e diretor administrativo de Gestão de Ativos na HIP Hotel Investment Partners.”O principal motor é sempre a demanda. Eles são mais lucrativos do que um hotel de serviço completo”, afirmou.

Reposicionamento do segmento

Outra mudança importante apontada no painel é que, especialmente no Caribe, os empreendimentos all inclusive se reposicionaram para atrair eventos corporativos, reuniões, convenções e exposições, disse Eva. “Isso está funcionando muito bem”, acrescentou ela.

Oriol Gimenez, sócio-gerente da CPG Hospitality & Alojica, destacou que os benefícios que esse tipo de modelo traz são claros para os credores. Ele acrescentou que sua empresa investe, principalmente, em indústrias, e logo depois vêm os hotéis – especialmente resorts. “Está proporcionando aos credores mais confiança, com cada vez mais marcas e investidores entrando nesse espaço”, disse o executivo, e relembrou, também, que a Marriott International está desenvolvendo suas primeiras propriedades all inclusive para a bandeira Ritz-Carlton.

“A Accor também está fazendo um grande esforço para se posicionar no segmento. É um espaço muito interessante. Há potencial para mais gastos, e o jogo pode ser quanto de receita pode vir de ofertas não inclusas no pacote”, pontuou Gimenez.

Outras redes, como a Hyatt Hotels, também vem investindo na expansão de seu portfólio all inclusive, principalmente em destinos no Caribe e América Latina.

(*) Crédito da foto: mrsiraphol/Freepik