No segundo trimestre de 2023, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,9% em relação aos três meses anteriores, de acordo com dados divulgados hoje (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa desaceleração frente ao primeiro trimestre, quando o resultado foi puxado por um desempenho do agronegócio acima do esperado.

De acordo com a Bloomberg, analistas de instituições financeiras e consultoria estimavam avanço de 0,4% no recorte trimestral e de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Na avaliação dos economistas, o setor de serviços e o consumo das famílias deveriam garantir esse resultado positivo, impulsionados por estímulos fiscais, como aumento do salário mínimo e a elevação do Bolsa Família no início do ano, além da melhora do mercado de trabalho.

As expectativas são de um PIB ainda mais fraco nesse segundo semestre, em um ambiente de juros ainda elevados, apesar do corte recente da taxa básica pelo Banco Central, aponta a Folha de São Paulo.

Outros dados

Segundo a pesquisa Focus, o PIB deve crescer cerca de 2,3% neste ano, resultado ligeiramente abaixo dos 2,9% registrados no ano passado e bem acima dos cerca de 1% projetados para 2023 no começo do ano.

O Banco Central, por exemplo, revisou sua projeção de 1,2% para 2%, citando um cenário de desaceleração da atividade econômica no Brasil sob influência da diminuição do ritmo de crescimento global e dos impactos cumulativos da política de juros. Algumas instituições, como o Bank of America, já falam em crescimento de 3%.

Com o crescimento, Fernando Haddad ministro da Fazenda, fez declarações otimistas sobre a economia brasileira, com o objetivo de reverter o pessimismo em relação à capacidade do governo de reduzir o rombo nas contas públicas. “Quero lembrar que, em janeiro, as projeções médias do mercado eram inferiores a 1%. Portanto, em relação ao que estava sendo projetado, estamos com um crescimento três vezes superior”, diz em entrevista à Folha de São Paulo.

Por outro lado, o ministro pontua que a equipe econômica do governo está atenta após o déficit primário de R$ 35,93 bilhões nas contas de julho, o segundo pior mês para a série histórica iniciada em 1997. “O mês de julho nos preocupou. Ainda está inspirando cuidado da nossa parte e isso nós vamos acompanhar a evolução do terceiro trimestre, que é chave para nossas projeções futuras. Agosto está melhor que julho, mas temos preocupação com a atividade no terceiro trimestre”, completa.

Matéria atualizada em 01/09/2023 às 14h54

(*) Crédito da foto: marcojean20/Pixabay