Aproxima-se 2024 e o setor intensifica as discussões sobre o que vem pela frente. Algumas das dúvidas frequentes são: seguiremos em crescimento? Se sim, em qual intensidade? Quais são as principais oportunidades e desafios?

Para ajudar nas discussões, compartilharei a minha visão e os principais insights do evento Hotel Trends e do estudo Orçamentos Hoteleiros 2024, ambos realizados pela Noctua junto ao Hotelier News.

Primeiro, alguns destaques até aqui:

  • Mercado aéreo caro, mas dinâmico. Demanda doméstica acima de 2019, apesar do aumento das passagens próximo a 30% além da inflação, sem perspectiva clara de queda.
  • Eventos e lazer no pico histórico. Nos resorts, incrementos de receita superam a inflação em até 30%, em comparação com 2019.
  • Brasileiros voltam a viajar ao exterior. Gastos de brasileiros em viagens internacionais crescem e a demanda doméstica segue forte.
  • Hotéis urbanos aceleram. Em RevPAR, excedemos em 12% os valores de 2019, além da inflação. Agora, precisamos buscar os valores de 2013 (pico histórico).
  • Luxo em evidência no país. Em volume e, principalmente, em diária, tivemos avanços significativos e uma propensão maior a novos investimentos.

Para um país que nos últimos 10 anos a economia cresceu em média 1%, a fotografia atual do turismo não é nada má.

E o que esperar para 2024?

Aqui, resgatarei os principais apontamentos indicados por 425 hoteleiros no país, distribuídos entre 23 estados. E trarei insights das entrevistas em profundidade com mais de 20 executivos/redes nacionais e internacionais. Vamos lá!

  1. Otimismo segue presente. Tanto para lazer quanto para eventos e negócios, independente da categoria do hotel.
  2. Mais em diária, menos em ocupação. Com economia fraca, espera-se aumento modesto de demanda.
  3. Crescimento em desaceleração. Sim, cresceremos menos, mas sobre uma base maior e com baixa volatilidade.
  4. Custo controlado, mas acima da inflação. Maior atenção ao dissídio, que pode crescer até 2 dígitos.
  5. Atenção às diárias negociadas. O ponto com maior incerteza sobre a intensidade de crescimento.

As perspectivas em números

Para uma visão quantitativa sobre as expectativas de evolução de desempenho em 2024 nos principais mercados urbanos, veja abaixo a média do que esperam os hoteleiros participantes da pesquisa. Em resumo, crescer dois dígitos além da inflação não será mais tão simples, especialmente nos mercados com base mais alta de resultados.

Expectativa de evolução de ocupação e diária média em 2024:

Pedro Cypriano - Infográfico

Por fim, como crescer além do orgânico?

Sim, a fase de crescimento orgânico ficou para trás. E em um país com economia ainda modesta, depender apenas do macroambiente limitará o potencial de resultado de nossos negócios. Logo, olhar para dentro e desenhar estratégias para potencializar a performance de nossos hotéis é fundamental. Vejamos alguns caminhos:

  • Reformas e modernização dos ativos. Empreendimentos reformados podem conseguir incrementos de até 30% em receitas.
  • Atenção a tarifas negociadas. Aqui está uma parcela relevante do nosso negócio, com valores até 50% abaixo das tarifas públicas.
  • Inteligência de mercado e analytics. Temos ferramentas no setor, mas precisamos melhor utilizá-las, com estratégia e ações táticas.
  • Eficiência operacional. Melhoria e padronização de processos, junto a investimentos em tecnologia, melhoram a margem operacional dos hotéis.
  • Potencializar outras receitas. Estímulo e facilitação a consumo, com PDVs agradáveis, produtos e experiências atrativas.

Mais informações

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Pedro Cypriano é especialista em investimentos e gestão estratégica, fundador e sócio-diretor da Noctua Advisory | Inteligência em hospitalidade e entretenimento. Ao longo dos últimos 20 anos, liderou centenas de projetos junto a consultorias globais, na Europa, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Conselheiro de empresas de multipropriedade, timeshare e hotelaria. É autor do livro Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil, pela editora SENAC, e professor em cursos de pós-graduação e programas executivos no Brasil e no exterior.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal