A evolução da hotelaria acompanha as principais mudanças no mundo. Mesmo com a manutenção das tradições, empreendimento do setor precisam sempre buscar atualização. Já falamos sobre a criação de conteúdo para o público de lazer, mas e o corporativo? Como o segmento deve trabalhar as mídias sociais? Para Gabriela Otto, presidente da HSMAI e da GO Consultoria, a convergência faz muito sentido.

A necessidade de trabalhar com mídias sociais está, por exemplo, na influência que elas têm sob o usuário — o cliente final. Isso, segundo Gabriela, acontece em razão da automatização das transações comerciais corporativas.

mídias sociais

Gabriela: mídias sociais estão aí para ajudar

“Quanto mais informação disponível, melhor. O cliente final vai aproximar sua experiência pessoal de viagens e começará a questionar as experiências dos hotéis selecionados pela empresa”, salienta. Portanto, o encaixe dessas estratégias na jornada de compra do cliente corporativo é a grande questão para a especialista.

O fluxo intenso de dados promovido pelas mídias sociais faz com que o usuário influencie o portfólio hoteleiro. Em outras palavras, a demanda tem voz ativa e “dita” tendências. Por isso, fornecer informações sobre o hotel por meio destes canais é uma forma engajar os usuários.

“É importante destacar que os usuários podem ‘minar’ um hotel. Essa propriedade pode ter localização ótima, tarifas adequadas e todos requisitos de segurança. Porém, se não atender às expectativas, incluindo atendimento ao viajante, ele burla a política e encontra outras opções dentro das condições que a empresa impõe”, exemplifica.

Mídias sociais: quais utilizar?

Ao entender a importância das mídias sociais, planejar em quais frentes agir é o próximo passo. De acordo com Gabriela, com a estratégia certa para cada situação, todos os canais podem funcionar. “Tudo contribui para a reputação da marca, criação do desejo, comunicação humanizada e informativa”, diz.

A especialista também passou dados básica de cada mídia social, o que pode balizar a melhor aplicação de acordo com o modelo de negócio. Veja:

Youtube: sempre passa credibilidade em função da dinâmica, com conteúdos mais rápidos. Sendo assim, quanto mais produzir, maior será seu alcance.
Linkedin: exalta a equipe, revela valores e cria o desejo das pessoas trabalharem na empresa. Neste caso, podem também gerar interesse do usuário para hospedagem.
Facebook: tem impacto importante para um público específico. Se bem trabalhado, pode atingir bem a esfera que o empreendimento desejar.
Instagram: produz lindas imagens e, mesmo que uma linda piscina não chame tanta atenção ao hóspede corporativo (muitos ficam só um dia), ele gostará de saber que esse produto é oferecido.

“Em 2020, hotéis que mantiveram a comunicação com o mercado, informando sobre protocolos de segurança, saíram na frente e ganharam a confiança do mercado corporativo. É um segmento que exige detalhes, assertividade e transparência”, complementa Gabriela.

Pós-pandemia

Na visão da executiva, a pandemia deixou ainda mais clara a necessidade de uma comunicação nichada. Dessa forma, a possibilidade das práticas midiáticas se manterem no cenário pós-pandêmico é grande. “Os segmentos de mercado exigem mais atenção concentrada, comunicação direcionada e estratégias próprias. A ‘hiper personalização’, então, não pode ser vista como passageira”, afirma.

Como dica final, Gabriela pontua que o hoteleiro precisa se colocar no lugar das empresas, ajudando-as em seus problemas referentes às políticas de viagens. “Se o seu colaborador está feliz com o processo de viagens, consegue cumprir seus compromissos com segurança, processos simples, sem stress e com hotéis que entregam o que prometem, ele vai produzir mais e recomendar a companhia ou até o próprio hotel”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Adem Ay/Unsplash

(**) Crédito da foto: Arquivo pessoal