Negociações, ESG e contrações são foco da Pesquisa Anual de Eventos Corporativos

Chegando ao seu segundo e último dia, o Lacte 18, promovido pela Alagev, deu maior ênfase ao segmento de eventos. No Espaço Gamer do WTC Events Center, gerenciado pelo Grupo R1, Gustavo Elbaum – fundador da Giv2U — trouxe insights relevantes da Pesquisa Anual de Eventos Corporativos.

Dentre os dados compartilhados, Elbaum destacou elementos de suma importância na contratação de uma agência de eventos, de acordo com as empresas contratantes. Os pontos mais citados foram:

  • Tempo de resposta;
  • Preço;
  • Prazo de pagamento;
  • ESG;
  • Cultura empresarial;
  • Conceito e capacidade técnica.

“É possível ajudar para que a cadeia possa fluir melhor, com grupos multidisciplinares para auxiliar”, salienta o palestrante. “Muitas ferramentas também estão disponíveis globalmente e no Brasil já temos empresas atuando com essas soluções para resource e parametrização”, acrescenta o executivo.

Lacte 18 - eventos corporativos

Elbaum compartilhou dados da pesquisa

Quanto às práticas de ESG, Elbaum prevê que a tendência é que tais iniciativas sejam completamente incorporadas às operações. “Empresas que enxergam essas práticas despontam tendências”.

Sobre as negociações, a pesquisa fez um levantamento a respeito da periodicidade das concorrências entre agências. Cerca de 33% não aplicam concorrências; 25% a cada dois anos; 24% todos os anos e 18% afirmam que constantemente homologam novas agências.

Em relação a quantidade de agências por concorrência, 27% convidam de quatro a cinco empresas, enquanto 73% avaliam de uma a três concorrentes.

No quesito precificação, 64% optam pelo fee; 24% preferem valores fixos; 7% responderam como outros meios e 4% alegam adotar a comissão de fornecedores. “Sobre volume e budget para eventos, a grande maioria alega aumento no orçamento em 2023 frente a 2022. Contudo, não é unanimidade. É preciso entender quais serão os formatos e estratégias”, pondera Elbaum.

Quanto aos formatos, 64% dos respondentes priorizarão eventos presenciais em 2023; 18% preferem ações híbridas e outros 18% realizarão mais iniciativas virtuais.


Dicas valiosas para um networking assertivo

Nas sessões educacionais do Lacte 18, a plenária do Golden Hall recebeu a palestra Fuja das gafes do Networking inconveniente. Sob o comando de Patrícia Souza — gerente Comercial Mice do Club Med — a conversa trouxe ao palco do evento um assunto ainda pouco debatido no segmento.

Em qualquer indústria, um bom relacionamento é a alma do negócio. Porém, bom senso faz parte de trocas saudáveis. E nem sempre é essa dinâmica que acontece. Para pautar o conceito da palestra, Patrícia começou seu discurso se apresentando para além de seu currículo profissional.

“Meu trabalho é oferecer os espaços do Club Med para a realização de eventos, que é algo semelhante a me apresentar como pessoa. A curiosidade do outro é despertada ao dizer o que você faz ou quem você ajuda. É importante utilizar a criatividade”, salienta Patrícia.

Para reforçar a importância do networking para os negócios, a gerente destacou um case de dentro de casa — a parceria entre Club Med e Grupo Bisutti — que recentemente fortaleceu sua aliança no mercado caribenho.

“Imaginem um projeto que tem a perspectiva de R$ 5 milhões de faturamento no primeiro ano. Porém, o resultado foi de R$ 10 milhões. E no ano seguinte, de R$ 35 milhões. Fantástico, não é mesmo? Pois este é um projeto que nasceu do networking”, conta a executiva.

Lacte 18 - networking

Patrícia promoveu dinâmicas durante o Lacte 18

Após promover uma dinâmica para o público se conhecer, Patrícia dá uma dica valiosa para quem procura expandir a agenda de contatos. “Quando você está em um evento, muitas vezes presta mais atenção no celular do que ao seu redor. Muitas vezes quem está ao seu lado pode ser um parceiro, um fornecedor ou um amigo”.

Para realizar um networking assertivo, a palestrante ainda ressalta alguns pontos:

  • Disponibilidade;
  • Escuta ativa;
  • Sorria;
  • Participe de eventos, mas não apenas voltados ao seu setor;
  • Invista em perguntas;
  • Qualidade vale mais do que quantidade;
  • Mantenha-se atualizado
  • Peça ajuda aos amigos;
  • Agradeça quem te apresenta novas conexões.

5 passos para escalar diversidade, produtividade e bem-estar

Levando o debate para o campo da gestão de pessoas, o Lacte 18 convidou Daniel de Faria Dias — palestrante, empresário e fundador do Instituto Daniel Dias —, e Thierry Marcondes, conector de impacto e criador de negócios futurísticos, para falar sobre inclusão, diversidade, produtividade e bem-estar das equipes.

Com exemplos e cases, os palestrantes embasaram suas ideias para engajar times de forma autônoma e saudável. Marcondes nasceu surdo, mas foi oralizado a partir do auxílio de aparelhos auditivos e aprendizado via leitura labial. Dias possui má formação congênita nos membros superiores e é campeão paralímpico de natação.

“Quero falar aqui sobre a importância da acessibilidade e inovação como estratégia de negócios. Todos que estão aqui querem ter times produtivos e aprender a lidar com todos os tipos de pessoas. Por isso, vamos mostrar cinco etapas para escalar a diversidade nas equipes”, inicia Marcondes.

Os passos para promover a diversidades, a partir dos convidados, são:

  • Informação;
  • Inspiração;
  • Inclusão;
  • Inovação;
  • Impacto.

“Existe uma escala de inclusão. A minha só foi possível quando me mudei para a Inglaterra e o diretor me perguntou qual era a melhor maneira para eu aprender. Quantas vezes vocês perguntaram para as pessoas o que de fato elas precisam para ter uma performance melhor? Despejamos informação, mas ela é uma via de mão dupla”, questiona Marcondes.

Em sua discussão sobre o problema do capacitismo dentro das empresas e da sociedade como um todo, Dias destaca que as necessidades das pessoas variam, e é preciso olhar para a individualidade. “O preconceito é falta de conhecimento. Meus desafios foram diferentes, mas a partir do momento que meus professores buscaram informação, quebramos barreiras”.

lacte 18 - diversidade

Convidados contaram suas trajetórias

Marcondes salienta a importância de oferecer oportunidades para pessoas diversas, além de dar autonomia para que os funcionários façam suas atividades. “Todos precisamos de pessoas que nos mostrem que somos capazes, dentro e fora das empresas. Atrair os melhores talentos é inspirar pessoas para que elas evoluam e se capacitem”.

Os palestrantes exaltaram a diversidade como motor de inovação a partir da escala pela acessibilidade. “Quando você atua com pessoas com deficiência, as receitas podem ser até 28% superiores, o lucro líquido duas vezes maior e o desempenho econômico tende a subir cerca de 30%”, informa Marcondes.

“Existe uma campanha dentro do Comitê Paralímpico que diz que 15% da população mundial possui algum tipo de deficiência. É um número gigantesco e pouco usado. Somos capazes e só precisamos de oportunidades. A população com deficiência só cresce e temos que trabalhar com isso”, diz Dias.

Marcondes finaliza a palestra do Lacte 18 ressaltando que a pessoa com deficiência é um relevante mercado consumidor para o turismo. “Promover viagens acessíveis é oferecer experiências para todos os tipos de pessoas. Isso gera impacto e as empresas colherão os frutos de tudo isso”.


Turistech Hub é lançado oficialmente no Lacte 18

O anúncio já havia sido feito ao final de 2022, mas hoje (28), o Turistech Hub foi lançado oficialmente ao trade turístico. Aproveitando o palco do Lacte 18, Eduardo Lorea — fundador e CEO da Numerik — apresentou ao mercado a frente de inovação voltada ao setor composta por cinco empresas e organizações: BeFly; Resorts Brasil; Alagev; Adit Brasil e Braztoa.

Inspirado nos hubs de inovação ao redor do mundo, como o Vale do Silício, o Turistech Hub funcionará tanto presencial quanto online. “Hub é onde as pessoas se encontram para inovar. É um espaço do turismo onde conseguimos fazer com que a agenda de inovação funcione a favor do setor”, explica Lorea. “Acabamos de enfrentar uma grande crise e é a hora de tomarmos as rédeas do segmento”, acrescenta.

Baseado nos pilares de competitividade e sustentabilidade, o Turistech Hub visa levar o Brasil a um patamar de destino internacional de alta procura. “Queremos que as empresas tenham mais margem, clientes mais fiéis e que o turismo tenha um impacto positivo na sociedade do ponto de vista social e ambiental”, enfatiza o executivo.

Lacte 18 - turistech hub

Lorea apresentou o hub ao setor

Com a missão de tornar um segmento líder em inovação, o hub atuará em três vertentes: demanda de inovação, oferta de inovação e infraestrutura de inovação. As frentes englobam empresas do setor, órgãos governamentais, destinos turísticos, startups e fornecedores de tecnologia.

“A infraestrutura permite que o setor atue no modelo de inovação aberta, onde as empresas demandam soluções ao ecossistema de tecnologia, para que coloquem seu talento e esforços para desenvolver alternativas para o setor”, complementa Lorea.

A partir do dia 15 de março, o Turistech Hub ocupará um dos espaços do Cubo Itaú, maior hub de inovação da América Latina, localizado na capital paulista. As frentes de atuação serão divididas em:

  • Aceleração de startups;
  • Desafios de negócios;
  • Pilotos;
  • Formação de líderes;
  • Solution database;
  • Intelligence;
  • Networking e conteúdo;
  • Turistech Summit.

“O Turistech Summit será um fórum para celebrar as inovações do ano e apontar prioridades para o ano seguinte. Vamos identificar as demandas do setor para ver onde concentrar nossos esforços”, finaliza Lorea.

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News