De acordo com relatório divulgado recentemente pela IATA (International Air Transport Association), a demanda por viagens aéreas seguiu tendência positiva em junho. Segundo a entidade, o tráfego total no período avançou 76,2% em relação a junho de 2021. O aumento foi impulsionado, em grande parte, pela recuperação contínua da demanda internacional, que subiu 229,5%. Globalmente, o indicador atingiu 70,8% dos níveis pré-pandemia.

O tráfego doméstico, por sua vez, teve alta de 5,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Melhorias significativas na maioria dos mercados, combinadas à flexibilização de restrições relacionadas à variante Ômicron, ajudaram a alavancar a demanda neste segmento. O tráfego doméstico total de junho ficou em 81,4% do nível do mesmo período de 2019.

“A demanda por viagens aéreas continua forte. Após dois anos de lockdowns e restrições nas fronteiras, as pessoas estão aproveitando a liberdade de viajar para onde quiserem e puderem ir”, afirma Willie Walsh, diretor geral da IATA.

Resultados regionais

Na Europa, as companhias observaram aumento de 234,4% no tráfego em junho de 2022, frente a igual período do ano passado. A capacidade avançou 134,5% e a taxa de ocupação subiu 25,8 pontos percentuais, chegando a 86,3%. Com ajuste sazonal, o tráfego internacional na Europa já está acima dos níveis pré-pandemia.

Já na Ásia-Pacífico, o aumento foi de 492,0% no tráfego no período. A capacidade cresceu 138,9% e a taxa de ocupação avançou 45,8 pontos percentuais, atingindo 76,7%. A região está parcialmente aberta a visitantes estrangeiros e ao turismo, o que contribui para os resultados positivos.

No Oriente Médio, por sua vez, as companhias aéreas relataram crescimento de 246,5%, com avanço de 102,4% na capacidade. A taxa de ocupação teve alta de 32,4 pontos, chegando a 78,0%.

Na América do Norte houve crescimento de 168,9%. A capacidade teve aumento de 95,0% e a taxa de ocupação cresceu 24,1 pontos percentuais, atingindo 87,7%. O percentual representa o maior crescimento da taxa de ocupação entre as regiões.

A América Latina também segue tendência positiva, com aumento de 136,6% no tráfego em junho. A capacidade aumentou 107,4% e a taxa de ocupação cresceu 10,3 pontos, chegando a 83,3%. Após liderar as regiões em taxa de ocupação por 20 meses, a região ficou em terceiro lugar em junho. A alta das passagens aéreas – que tem afetado consideravelmente o Brasil, por exemplo – aparece como um dos fatores que inibem as viagens.

Por fim, as companhias da África relataram crescimento de 103,6% no tráfego. A capacidade, por sua vez, aumentou 61,9% e a taxa de ocupação cresceu 15,2 pontos, atingindo 74,2%, a menor entre as regiões.

Na China, os RPKs domésticos caíram 45,0% na comparação anual. De acordo com a IATA, o resultado ainda representa melhora em relação com o desempenho ano a ano de maio, pois houve flexibilização das medidas de lockdown. No Japão, o tráfego doméstico aumentou 146,4% em junho, frente ao mesmo período do ano passado.

“Em plena temporada de viagens de verão no Hemisfério Norte, estão sendo confirmadas as previsões de que o relaxamento das restrições de viagens traria aumento significativo na demanda reprimida. Por outro lado, o desafio é atender a essa demanda, o que provavelmente continuará ocorrendo”, finaliza Walsh.

(*) Crédito da foto: John McArthur/Unsplash