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Na alvorada da retomada da pandemia, o setor hoteleiro viu mais uma pedra no caminho. Nos últimos cinco anos, o custo da energia elétrica no Brasil subiu 47%, segundo dados da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres). O aumento significativo levou o país ao segundo lugar no ranking mundial dentre as nações com as contas mais caras. Perante despesas tão elevadas, muitos hotéis vêm optando por contratos no mercado livre de energia.

Ainda que esta seja uma alternativa relativamente antiga no país — com cerca de 30 anos de atuação por aqui — o mercado livre de energia ainda é pouco explorado no setor hoteleiro como um todo. Em estágio avançado em outras praças, o ambiente de negociação pode ser a luz perante um dos gastos mais pesados na conta hoteleira.

O modelo permite que hotéis encontrem fornecedores de energia alternativos fora do mercado regulado, no qual ficam presos às distribuidoras. Sem poder de escolha, o consumidor acaba pagando uma conta mais cara. Para fazer a ponte entre empresas consumidoras e fornecedoras, a Clarke Energia desenvolveu um marketplace de fontes renováveis para companhias que consomem mais de R$ 10 mil em energia por mês.

“Nosso propósito é colocar as empresas em contato direto com os fornecedores. Este é um mercado que está se abrindo aos poucos, porém atualmente opera apenas em média e alta tensão”, explica Pedro Rio, CEO e cofundador da Clarke Energia ao lado de Victor Copque.

O marketplace nasceu em 2019 e hoje conta com 50 fornecedores em sua base. Segundo Rio, o consumidor do mercado livre pode gerar uma economia de até 40% na conta de luz.

“No Brasil, atualmente existe cerca de 200 mil unidades consumidoras de energia em média e alta tensão, das quais apenas 32 mil compram livremente. Existe ainda um desafio de capilaridade, de produto certo e de falta de um processo competitivo bem-feito. Com a plataforma, a Clarke entrega o menor preço aos consumidores”, destaca o executivo.

Pedro Rio, CEO da Clarke Energia

Mercado livre está se abrindo, diz Rio

O processo de migração

Por não exigir investimento na instalação de infraestrutura, como no caso da energia solar, a migração para o mercado livre pode ser vista como uma alternativa prática de se obter economia.

“Quanto antes o hotel começar esse movimento, melhor. O procedimento demora, no total, de seis a 18 meses, dependendo da vigência do contrato com a distribuidora. Com o processo concluído, a conta é paga mensalmente, assim como no mercado regulado”, enfatiza Rio, que salienta que desde a crise hídrica o preço do mercado livre não sofreu alterações.

O executivo pontua ainda que a transição seja feita nos próximos anos, pois o preço deve travar os custos de energia em um patamar vantajoso. “Recomendamos para 2023, 2024, 2025 e 2026. O valor está baixo e não deve cair mais. Este é um movimento natural e cada vez mais empresas vão migrar para o mercado livre”.

Serviços e tipos de energia

A plataforma da Clarke Energia oferece a digitalização do balcão de compra de energia, o que promove competitividade e escala. A automação de processos torna o dia a dia dos consumidores mais fácil, além de fornecer relatórios de consumo em tempo real, bem como dados de impacto ambiental.

Vale destacar que a empresa atua apenas com fornecedores de fontes renováveis de energias eólica, solar, hidrelétrica e biomassa. “Costumo dizer que se o consumidor quiser comprar de uma fonte térmica, terá que buscar o concorrente”, diz Rio.

O executivo ainda recomenda que alguns pontos sejam analisados antes do fechamento de contratos com fornecedores, como: preço, condições comerciais e porte da empresa fornecedora. “Os contratos devem ser amigáveis para aquele perfil de cliente, além de ser necessário avaliar se aquele fornecedor tem risco de quebrar”.

O Brasil vem dando passos importantes na regulamentação do mercado livre de energia. Em setembro de 2022, o Ministério de Minas e Energia deu a permissão para que qualquer consumidor em alta e média tensão opte pelo modelo – antes, isso era restrito às grandes empresas.

Além disso, há o Projeto de Lei 414/21, que tramita no Congresso e propõe uma abertura mais ampla, mas o texto ainda precisa avançar. “É uma iniciativa que democratiza a energia, deixando o consumo mais barato”, afirma Rio.

Energia e hotelaria

Inserida no setor hoteleiro há um ano, a Clarke já conta com clientes que conseguiram economia significativa na conta de luz. De acordo com Rio, o único critério para um hotel entrar no mercado livre é a tensão. “Se for entre média e alta, vale a pena financeiramente. Mas é importante lembrar que a migração demanda uma consultoria técnica que saiba as regras do jogo para que nada saia errado”.

Hoje, o marketplace atende empreendimentos como o Lush Motel, Atibaia Residence, Hotel Refúgio Vista Serrana, Lake Side Apart Hotel, EcoResort Refúgio Cheiro de Mato, Villa Oeste Hotel, além de três unidades da Samba Hotéis (Betim, Itaboraí e Laguna).

Com intermédio da Clarke, o Atibaia Residence assinou um contrato de energia com cinco anos de duração, que os ajudará a poupar mais de R$ 1,1 milhão e a evitar mais de 330 toneladas de CO2 emitidas na atmosfera. O processo de migração deve ser concluído em janeiro de 2024.

Já o VillaOeste, localizado em Mossoró (RN), que também fechou contrato de cinco anos, tem previsão de economia de mais de R$ 300 mil, além da redução de emissão de 135 toneladas de CO2. O processo de migração total do empreendimento também deve ser concluído em janeiro do ano que vem.

“Hotéis são grandes consumidores de energia. O Brasil é um país de status quo, você só se mexe quando seu concorrente se mexe primeiro. O mercado livre de energia ainda é pouco conhecido, logo, é preciso realizar um trabalho educativo no setor para que os empreendimentos tenham confiança nos fornecedores”, diz Rio.

O CEO da Clarke destaca que hotéis em fase de desenvolvimento já podem nascer dentro do mercado livre de energia. “É possível fazer estimativas de consumo para entender se aquele empreendimento atenderá aos critérios e qual será a média da conta de luz. As propriedades ainda têm a possibilidade de calcular o CO2 não emitido e utilizar os dados como ferramentas de marketing”.

Além do setor hoteleiro, a Clarke Energia atende empresas da indústria de marmoraria, química, plástica e comércio. Em seu portfólio, a startup conta com marcas como Burger King, Maple Bear e Le Cordon Bleu.

Hotéis que quiserem descobrir o quanto conseguiriam economizar no mercado livre de energia podem fazer uma simulação gratuita no site da Clarke Energia.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Clarke Energia