Depois de registrar maior nível nos últimos oito meses, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) apresentou queda de 3,1 pontos no mês de maio, chegando a 75,5 pontos. Os dados são provenientes de uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), divulgada hoje (25).

O indicador é composto por dois subíndices: o ISA (Índice de Situação Atual) e o IE (Índice de Expectativas). O primeiro, que reflete o sentimento do consumidor sobre o momento presente, permaneceu na casa dos 69,1 pontos, enquanto o segundo, que abrange a percepção sobre os próximos meses, recuou 5,1 pontos, para 81,0 pontos, menor nível desde janeiro passado (80,7 pontos).

“Os últimos resultados da confiança do consumidor mostram que apesar da melhora da pandemia e do pacote de incentivos para alívio da pressão financeira das famílias, a inflação e a dificuldade de obter emprego continuam impactando negativamente as famílias, principalmente as de menor renda”, ressalta Viviane Bittencourt, economista responsável pela pesquisa, em matéria veiculada pelo G1.

Outros indicadores

De acordo com dados divulgados ontem (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), caiu para 0,59% em maio. Embora represente decréscimo em relação aos 1,73% registrados em abril, o resultado constitui a maior variação para um mês de maio desde 2016 (+0,86%), ficando acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,45%.

Para Viviane, a queda na confiança dos consumidores não é afetada somente pela inflação e a dificuldade de obter emprego, mas também pela corrida presidencial. “Há uma preocupação com as perspectivas futuras que serão afetadas por um ano eleitoral que promete ser bastante acirrado. O cenário para os próximos meses não sinaliza uma tendência clara de recuperação, principalmente diante dos desafios expostos”, completa a economista.

(*) Crédito da foto: stevepb/Pixabay