De acordo com pesquisa divulgada ontem (25) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) avançou 3,8 pontos em abril, chegando a 78,6 pontos. O resultado é o maior índice do indicador desde agosto do ano passado – até então representado pelo nível obtido em fevereiro – que registrou 81,1 pontos, aponta a CNN.

O levantamento é composto por dois subíndices: avaliação da situação atual e da expectativa para os próximos seis meses do cenário econômico e da saúde financeira da família. Além disso, também é levada em consideração a intenção de compra de bens duráveis, como automóveis e imóveis.

De acordo com Viviane Seda Bittencourt, economista responsável pela pesquisa, o fim da terceira onda de Covid-19 e a liberação de recursos como o saque do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), contribuíram para os resultados positivos deste mês.

“Houve diminuição do pessimismo com relação ao mercado de trabalho, mas a inflação e juros elevados ainda preocupam as famílias, que continuam cautelosas com relação à realização de compras de alto valor”, afirma.

Outros indicadores

No período, a alta do índice também foi influenciada pela melhora na avaliação dos dois subíndices. O ISA (Índice de Situação Atual) subiu 3,8 pontos, chegando a 69,1. Já o IE (Índice de Expectativas) avançou 3,6 pontos, alcançando 86,1.

Para Viviane, a expectativa de melhora do cenário econômico fez com que os consumidores projetem uma avaliação positiva também da geração futura de empregos. No entanto, ela destaca que não há como garantir esse aumento de oportunidades de trabalho.

“A injeção de recursos é benéfica agora, mas depois será necessário que o crescimento econômico reaja para gerar empregos e manter o poder de compra do consumidor”, explica.

Ainda de acordo com a sondagem da FGV, houve alta na confiança em todas as faixas de renda, exceto para as famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00. A alta mais evidente ocorreu entre os consumidores de menor poder aquisitivo, com renda de até R$ 2.100,00 mensais. Neste grupo, o indicador subiu 7,1 pontos, chegando a 76,2, maior nível desde março de 2020.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay