Em novembro, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) registrou queda de 0,2 ponto, atingindo 93,0 pontos, patamar mais baixo desde junho deste ano (92,3 pontos). O cenário é oposto ao de agosto, quando anunciávamos avanço no índice pelo quarto mês consecutivo.

Os dados, divulgados hoje (24) revelam que, em médias móveis trimestrais, o índice diminuiu pelo segundo mês consecutivo, recuando 1,3 ponto e alcançando 94,4 pontos.

Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, analisa o cenário, observando que em novembro a confiança dos consumidores se estabilizou após forte queda no mês anterior.  “O resultado foi influenciado por uma ligeira piora da satisfação em relação a situação atual e manutenção das expectativas”, disse.

Outros dados

No que diz respeito às diferentes faixas de renda, houve queda significativa na confiança dos consumidores de classes de renda baixa, recuperação nas faixas intermediárias e estabilidade na classe mais alta.

A análise por faixas de renda mostra recuo expressivo na confiança dos consumidores de menor poder aquisitivo (com renda até R$ 2,1 mil) e estabilidade para aqueles com maior poder aquisitivo (renda acima de R$ 9,6 mil). Já a melhora do indicador entre as faixas 2 e 3 (entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil e entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil) é influenciada tanto pelas avaliações sobre o momento, quanto pelas perspectivas sobre o futuro. “Essas diferenças parecem estar relacionados a uma maior dificuldade financeira dessas famílias, perspectivas mais pessimistas em relação ao emprego, com forte impacto na situação financeira futura e na sua capacidade de comprar bens duráveis”, afirma Anna Carolina.

A pesquisa indica que, em novembro, a estabilização da confiança foi influenciada pela manutenção das avaliações sobre a situação atual e das perspectivas para os próximos meses. O ISA (Índice da Situação Atual) teve queda pelo segundo mês consecutivo, chegando a 82,1 pontos, enquanto o IE (Índice de Expectativas) permaneceu relativamente estável, variando apenas -0,1 ponto, chegando a 100,8 pontos.

(*) Crédito da foto: stevepb/Pixabay