O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve aumento de 0,1% em janeiro frente a dezembro, considerando dados com ajuste sazonal, aponta o FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) em seu monitor do PIB. Na comparação anual, a economia cresceu 4,1% no primeiro mês de 2024. Já no trimestre móvel interanual encerrado em janeiro, a alta foi de 3,0%.

“O crescimento de 0,1% do PIB em janeiro, na comparação com dezembro, deve-se ao desempenho positivo da agropecuária e do setor de serviços, pela ótica da produção, e do consumo das famílias e da exportação, pela ótica da demanda. Em contrapartida, a indústria e a formação bruta de capital fixo (investimentos), retraíram no mês. Esse padrão é bastante semelhante ao observado no ano passado com crescimento sustentado pela agropecuária, serviços, consumo das famílias e exportações. Para 2024, há expectativa de melhora para os investimentos e a indústria, embora isto ainda não tenha sido observado no primeiro mês do ano”, aponta Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

“Isso se justifica pela expectativa da continuidade na redução da taxa de juros ao longo de 2024. Embora o ciclo de afrouxamento monetário tenha se iniciado em meados de 2023, há certa defasagem no alcance dos seus efeitos na atividade econômica, o que explica a persistência de resultados negativos em segmentos mais suscetíveis aos efeitos da política monetária no início do ano”, complementa. O consumo das famílias, por sua vez, cresceu 3,6% no trimestre encerrado em janeiro, destaca o Valor Econômico.

“Todos os tipos de consumo contribuíram positivamente para este resultado, sendo os principais o consumo de serviços e de produtos não duráveis. No caso dos serviços, destacam-se a importação de serviços financeiros e do segmento relacionado a telecomunicações. O consumo de produtos não duráveis apresentou crescimentos mais disseminados, sendo o de maior destaque o relativo a produtos alimentícios”, diz o documento do FGV Ibre.

Outros dados

Ainda de acordo com o levantamento do FGV Ibre, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) retraiu 0,6% no trimestre encerrado em janeiro. “Embora ainda em terreno negativo, esse resultado mostra tendência de melhora da FBCF que chegou a retrair 6,8% no terceiro trimestre de 2023. Além do crescimento de outros da FBCF e das menores quedas na construção, observou-se significativa redução da queda do componente de máquinas e equipamentos (-5,1%), que teve a menor retração em sete meses consecutivos. Na comparação mensal, o segmento de máquinas e equipamentos cresceu em janeiro após nove meses consecutivos de queda na comparação interanual”, destaca o relatório.

A exportação de bens e serviços teve crescimento considerável no trimestre, aumentando 8,7%. “O grande destaque deste crescimento é a exportação de produtos agropecuários, porém diversos outros segmentos também cresceram. As quedas de exportações foram registradas nos bens de capital e intermediários, com significativo destaque para este último”, completa o FGV Ibre.

Já a importação de bens e serviços cresceu 2,5% no mesmo recorte. A entidade aponta que esse resultado é atribuído ao desempenho positivo da importação de serviços e bens de consumo. Em termos monetários, o FGV Ibre estima que o PIB somou R$ 997 bilhões em janeiro.

(*) Crédito da foto: Pixabay