Em decisão divulgada ontem (31), o Copom (Comitê de Política Monetária) do  BC (Banco Central) reduziu por unanimidade a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Com isso, o indicador chegou a 11,25% ao ano. O comitê manteve, em seu primeiro encontro de 2024, o ritmo de alívio nos juros aplicado desde o ano passado, revela a Folha de São Paulo.

Este foi o quinto corte consecutivo na taxa básica de juros, movimento iniciado em agosto de 2023. Além disso, o Copom também comunicou que o ritmo de redução da Selic deverá ser mantido em seus próximos encontros, devido à volatilidade do cenário externo e os riscos relacionados com a inflação.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, afirma o texto, no qual o comitê também acrescentou que o cenário é marcado pelo debate sobre o início da flexibilização dos juros nas principais economias.

Além disso, o Copom também afirma que os bancos centrais das principais economias do mundo seguem determinados a buscar manter as taxas de inflação dentro das metas. “O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte dos países emergentes”, destaca o comunicado.

Expectativas e ritmo de corte

No documento, o Copom citou um cenário interno de desaceleração da economia e manteve as projeções para a inflação em seus cenários de referência, de 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. Já as expectativas para os preços administrados passaram de 4,5% em 4,2% em 2024 e 3,6% para 3,8% em 2025.

Ainda sobre a inflação, a instituição também lembra que se mantém uma trajetória de desaceleração, mas por outro lado aponta a manutenção de fatores de risco, e destaca que a persistência de pressões inflacionárias globais deve seguir, assim como a resiliência na inflação de serviços.

O boletim Focus divulgado no começo da semana indicou que o mercado espera que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve terminar 2024 em 3,81%. Na semana anterior, a previsão era de 3,86%.

Quando à Selic, em seu último encontro do ano passado, o Copom havia sinalizado reduções na mesma intensidade nas próximas reuniões. Na ocasião, o órgão também afirmou que essa é a cadência apropriada para manter a política monetária contraindo e a economia em um nível necessário para o processo de desinflação.

A taxa básica de juros passou por um ciclo de 12 altas consecutivas, de março de 2021 e agosto de 2022, respondendo ao aumento de preços de alimentos, energia e combustíveis. Depois disso, o indicador ficou congelado no patamar de 13,75% ao no até agosto de 2023.

(*) Crédito da foto: Pixabay