Realmente as projeções dos economistas se concretizaram. O BC (Banco Central) manteve, pela quarta vez em 2023, a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar em vigor desde agosto de 2022. Em todas as ocasiões, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu não alterar o nível da taxa básica de juros. Esse cenário tem impacto direto nos investimentos em desenvolvimento do setor hoteleiro.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia”, escreveu o Copom. Na nota, o órgão também não dá indícios sobre uma eventual redução da taxa de juros nas futuras reuniões.

Entretanto, diferente dos comunicados anteriores, dessa vez o comitê do BC não sinalizou possibilidade de aumento da Selic. As decisões de manter a taxa básica de juros em 13,75% têm sido alvo de críticas frequentes por parte do presidente Lula (PT) e de ministros do governo.

Perspectivas

A expectativa do mercado financeiro é de que essa seja a última reunião que manterá a Selic no patamar atual. Existe uma previsão de que o início do ciclo de corte dos juros deve começar a partir de agosto, quando a Selic recuaria para 13,50% ao ano.

No comunicado sobre a decisão, o Copom escreveu ainda que a política de manter a taxa em 13,75% vem surtindo os efeitos desejados de conter o avanço da inflação. “O comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que seus passos futuros dependerão da evolução da dinâmica inflacionária”, afirma a nota.

Críticas

O governo Lula tem pressionado o BC a reduzir a taxa de juros. A avaliação é que o atual patamar da Selic inibe o crescimento da economia, pontua o G1. No começo da semana, o presidente voltou a dizer que Roberto Campos Neto, presidente da instituição financeira, precisa explicar à população o motivo da taxa de juros permanecer em 13,75%.

“Apenas o juro precisa baixar, porque também não tem explicação. O presidente do Banco Central precisa explicar ao povo brasileiro e ao Senado por que ele não baixa a taxa”, destaca Lula. Endossando a crítica, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defendeu que o início dos cortes deveria ter sido em março.

Integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República se juntaram às críticas e divulgaram uma carta aberta ao BC e seus diretores, pedindo corte na taxa básica de juros.

(*) Crédito da foto: Pedro Lareira/Folhapress