Bastante reconhecida no mercado pela sua ampla oferta de hotéis internacionais, a BestBuy Travel passou a investir mais no segmento doméstico a partir de 2019. Quando iniciou esse movimento, certamente não tinha como saber o que viria pela frente a partir do ano seguinte, mas o tempo mostrou que a decisão foi mais do que estratégica. Hoje, 50% das vendas são de propriedades do país, o que, somada à volta gradual das viagens para o exterior, ajudou a turbinar a receita da consolidadora sediada em Jundiaí (SP) em 2022.

Segundo Victor van Oorschot, fundador da BestBuy Travel, o faturamento deve crescer 140% este ano frente a 2019. “A recuperação do internacional, obviamente, tem papel decisivo no resultado, até porque nossas margens são maiores no segmento, mas outro fator também foi decisivo: nossa base de agências clientes cresceu 30%”, explica.

“Em paralelo, aumentamos nosso share de vendas em agências que já atendíamos, o que mostra que nossa estratégia de fidelização, que se baseia no conhecimento das necessidades do cliente e no atendimento personalizado, também funcionou bem”, completa.

Van Oorschot acrescenta que, no início de 2022, ao ver a retomada do turismo ganhar mais corpo, orçou um cenário otimista para o ano, mas confessa que os resultados até aqui o surpreendem. “Montamos o orçamento de 2022 prevendo um crescimento de 50% na receita, já colocando a provável abertura do internacional nesta conta. Só não tínhamos como saber que operadoras e agências clientes iam aumentar mais o share com a gente”, destaca.

Alavancas do crescimento

Para o executivo, os pilares atendimento, tecnologia e capacidade financeira também são fatores fundamentais para o resultado. “Conhecer bem o cliente nos permitiu aumentar a fidelização e elevar a base de agências atendidas. E, sem a tecnologia, isso não seria possível. Investimos bastante em BI (Business Intelligence) para poder entender melhor suas necessidades”, explica.

Em relação ao último pilar, é necessário dar um contexto importante. Firmada antes da pandemia, a joint venture assinada com um grupo de private equity britânico, que tem outros negócios no turismo, deu musculatura financeira para a Best Buy Travel não só atravessar a pandemia com fôlego, como acelerar sua retomada.

“Para nós, é um casamento perfeito, pois eles captam dinheiro mais barato no exterior, enquanto nós temos conhecimento do mercado brasileiro”, explica van Oorschot. “Além disso, na Europa, a pandemia afetou bastante as vendas das operadoras, o que possibilitou à nossa matriz fazer acordos comerciais excepcionais. Então, isso nos deixou com preços muito competitivos e poder de fogo”, acrescenta.


BestBuy Travel - logoBestBuy Travel em números:

    • Oferta total: 1 milhão de hotéis no mundo
    • Oferta nacional: mais de 4,5 mil hotéis no Brasil
    • Base de clientes: 5 mil agências e operadoras
    • Base de clientes ativa: 4,1 mil agências e operadoras
    • Receita de 2022: alta de 140% frente a 2019

Próximos passos

Embora a BestBuy Travel tenha como objetivo seguir investindo no mercado nacional de hotéis, van Oorschot acredita que o internacional voltará a puxar o faturamento da empresa em breve. “Fecharemos o ano com equilíbrio entre os dois segmentos, mas imagino que o internacional terá uma fatia de 70% das nossas vendas a partir do próximo verão do Hemisfério Norte (meio de 2023)”, comenta.

Outro fator que tende a reforçar a fatia do segmento internacional nas vendas da BestBuy Travel é a expansão que a empresa fará para mercados latino-americanos, a começar pela Colômbia. “Vamos com nossa marca Go Global nessa expansão. Até o final do primeiro semestre, teremos funcionários na Argentina Peru, Chile, Uruguai, Paraguai e Equador, ofertando produtos principalmente para grandes operadoras locais”, explica o empresário, acrescentando que, no segundo semestre, o objetivo é chegar ao Caribe e América Central.

Diante de toda essa expectativa, van Oorschot revela que desenhou um orçamento para o ano que vem otimista. “É importante ressaltar que a base de comparação é alta frente a 2022, que vem sendo excepcional para nós”, afirma. “Ainda assim, projetamos crescimento de 50% na receita, algo factível de atingir diante de todo esse plano de expansão e a volta com mais força do mercado internacional”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Peter Kutuchian/Hotelier News