De acordo com dados divulgados hoje (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve uma redução estatisticamente significativa no desemprego brasileiro no quarto trimestre de 2023, impulsionada principalmente pela região Sudeste, informa a Folha.

O Instituto aponta que o desemprego no Sudeste passou de 7,5% para 7,1%, enquanto isso, as outras quatro regiões do país – Nordeste (10,4%), Norte (7,7%), Centro-Oeste (5,8%) e Sul (4,5%) – mantiveram suas taxas relativamente estáveis em termos estatísticos.

O Brasil como um todo viu uma queda na população desempregada, de 7,7% para 7,4%, que representa 8,1 milhões de pessoas, marcando o menor nível para o período desde dezembro de 2014. A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que o Sudeste foi o principal impulsionador dessa queda.

“Diversos estados do país apresentaram tendência de queda [do desemprego], mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa”, declarou Adriana.

No Rio de Janeiro, a diminuição do nível de desocupação foi de 0,9%, chegando em 10%, e no  Rio Grande do Norte foi de 10,1% para 8,3%. Enquanto isso, outros dois estados registraram aumento na taxa.

Rondônia foi de 2,3% para 3,8% e Mato Grosso de 2,4% para 3,9%. As demais unidades da federação não tiveram variações significativas em termos estatísticos, segundo o Instituto.

Analisando os dados, Adriana observou que o Rio de Janeiro experimentou um crescimento acentuado da ocupação, especialmente nas atividades industriais e de outros serviços. Já no caso do Rio Grande do Norte, a redução da taxa foi influenciada pela diminuição do número de pessoas procurando trabalho.

Projeções e contexto

O desempenho econômico acima do esperado em 2023, especialmente no primeiro semestre, foi atribuído ao impulso da safra agrícola e ao comportamento positivo do PIB (Produto Interno Bruto), o que estimulou a abertura de empregos e contribuiu para a redução do desemprego.

Apesar das projeções de desaceleração da atividade econômica em 2024, os analistas não demonstram preocupação significativa quanto ao mercado de trabalho, embora esperem um ritmo mais lento para o emprego e a renda ao longo do ano.

Analistas apontam, ainda, que a saída de pessoas do mercado de trabalho, por razões como o envelhecimento da população e benefícios sociais, pode ter auxiliado a frear o nível de desocupação.

(*) Crédito da foto: Yanalya/Freepik