Ao colocar, lado a lado, os preços do seu hotel em diferentes plataformas, além do seu canal direto, os metasearch engine se tornara ferramenta importante para incluir no seu plano de marketing. Especialistas da WIHP afirmam que a metabusca pode representar até 30% das reservas online de uma propriedade. Dada a importância para o setor hoteleiro, o Hotelier News conversou com especialistas em marketing, vendas e distribuição para entender um pouco mais sobre as vantagens e como melhor utilizar essa ferramenta.

Como sempre, a boa aplicação prática exige um bom conhecimento teórico prévio. Sem entrar em termos de computação, os metasearch engines são nada mais do que plataformas que buscam informações em diversas fontes, como é o caso do próprio Google. As voltadas ao setor de viagens reúnem dados de OTAs e sites hoteleiros para que o consumidor possa comparar preços, condições e até mesmo avaliações – que são determinantes para a decisão de compra.

Vale destacar que os metasearch engines atendem um público mais sensível a preços, que gosta de comparar, busca avaliações ou não é fidelizado a nenhum hotel ou site de reservas. “Fora os clientes fiéis, o corporativo também costuma ser limitado pelas ferramentas autorizadas pela empresa”, afirma Gustavo Syllos, sócio diretor da Forma & Conteúdo Assessoria de Marketing e Distribuição.

“Quem faz uma busca genérica, normalmente não tem um fornecedor definido. São esses consumidores que fazem uso de OTAs e metabuscadores, como Google Hotel Ads, Kayak, Trivago, TripAdvisor e outros”, complementa Syllos.

metasearch - Gustavo-Syllos

Viajante prioriza o canal direto, diz Syllos

Vantagens

De acordo com Diego Corrêa, especialista em vendas diretas da HSystem, quando eram bastante novos no mercado, o metasearch forjava parcerias muito fortes com as OTAs. “Ao longo do tempo, entretanto, as plataformas perceberam que poderiam fazer acordos diretos com hotéis. Isso é bastante vantajoso para o empreendimento, pois se trata de uma prateleira com tráfego alto. Afinal, a briga é pelo tráfego e primeiro acesso do hóspede. Além disso, eles também comparam informações de várias OTAs, o que acaba sendo muito bom para o cliente final”, explica.

Para Larissa Oliveira, gerente de Receitas e Distribuição da Atrio Hotel Management, a vantagem para os hoteleiros é que essas plataformas possuem grandes investimentos em marketing. “São valores tão distantes da realidade da grande maioria dos empreendimentos, que possibilitam que o canal de reservas próprio do hotel atinja públicos que antes seriam inalcançáveis”, reforça.

Isso quer dizer que, com o metasearch, os hoteleiros têm a oportunidade de mostrar a oferta direta em sites de alto tráfego com custos relativamente baixos. “Na maioria das vezes, o investimento será menor do que as tradicionais comissões ou descontos fornecidos para vendas nas OTAs”, alega Larissa.

À primeira vista, pode parecer que a ferramenta seja capaz de diminuir a dependência dos hotéis sobre as OTAs. No entanto, os metasearch mais utilizado atualmente são controlados pelas mesmas empresas. “Mas essa é uma questão antiga, não vejo uma relação de dependência, mas de relevância e presença nas principais ferramentas”, pontua Syllos. “Eu vou aonde o meu cliente vai estar. É preciso estar presente nas plataformas, mas garantir que a experiência no seu site seja fantástica”.

Diego Correa

Metasearch é uma prateleira de tráfego alto, pontua Correa

Competitividade

Além de investir na experiência do usuário no site para conquistar o cliente final dos metabuscadores, é imprescindível o cuidado com os valores ofertados em cada plataforma. “Há um estudo da Universidade de Cornell que aponta que os consumidores sentem maior confiança e tendem a comprar em canais diretos do que OTAs. Isso quer dizer que, quando um cliente encontra duas opções de mesmo valor para uma reserva, sendo uma delas por OTA e outra por canal direto, o viajante prioriza o último”, elucida Syllos.

“No entanto, é comum acontecer de hoteleiros permitirem que OTAs ofereçam valores inferiores aos dos canais diretos. Dessa forma, nenhum potencial cliente fará uso do site do hotel”, pontua Syllos. “Portanto, é essencial que o preço seja sempre competitivo e que a experiência de compra seja ótima”, conclui.

Além de integrar seu canal direto nos metabuscadores, segundo Larissa, é importante fazer investimentos e estudar as tendências e o retorno gerado por eles. “Há agências de marketing digital que garantem investimentos mais precisos e sem desperdícios, que podem ocorrer com aqueles que não estão familiarizados ao ambiente. Além disso, benefícios e pacotes diferenciados para vendas no site próprio também podem gerar bons resultados”, comenta Larissa.

Na avaliação da gerente, novos canais e diferentes formas de distribuição surgem todos os dias e é imprescindível que o hoteleiro se mantenha atualizado para avaliar cada um deles. “É importante analisar o custo benefício, o segmento que será impactado e o retorno”, resume a gerente de receitas e distribuição da Atrio.

“Em nossos hotéis buscamos estar na maioria das prateleiras, mas escolhemos cuidadosamente quando utilizar esses canais, de acordo com a demanda e o com o custo de distribuição de cada um deles”, continua Larissa. “Não podemos esquecer que a vivência, experiência, os serviços e a qualidade do produto estão em nossas mãos e que clientes fidelizados não são focados apenas em preços”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Firmbee.com/Unsplash

(**) Crédito das fotos: Divulgação